Autoridade Brasileira fará teste antidoping fora de jogo no Campeonato Brasileiro

Foto: Crédito/Gilvan de Souza/Divulgação/CRF
Foto: Crédito/Gilvan de Souza/Divulgação/CRF

Numa manhã de dezembro de 2015, agentes do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o quartel general de controle de doping novinho em folha da Rio 2016, visitaram de surpresa o treino de um grande clube do futebol brasileiro.

Para espanto geral da comissão técnica e dos jogadores (não foi divulgado se os dirigentes do clube sabiam da ação, mas é natural pensar que sim), os agentes, após uma rápida conversa com os cartolas, solicitaram amostras de urina de praticamente todos os atletas presentes.

O resultado da “tarrafada” não foi divulgado. Mas a ação representou o lançamento simbólico de um acordo entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) que tem tudo para dar o que falar: a partir desta edição de 2016, o Campeonato Brasileiro passa a contar com o controle de dopagem fora de competição feito na rédea curta da ABCD, com os mesmos equipamentos e materiais de excelência destinados à Rio 2016.

Isso significa o seguinte: qualquer jogador de futebol das divisões profissionais poderá ser abordado em casa, no chopinho, na praia, no show do amigo pagodeiro ou sertanejo, no samba, na porta de casa ou em qualquer lugar pela ABCD em busca de urina ou sangue para um rigoroso exame de doping.

A parceria está incluída no acordo de transferência da Autoridade de Teste de Controle de Dopagem do futebol profissional da CBF para a ABCD. Nas partidas do Brasileirão, a CBF continuará a colher as amostras e a enviá-las ao laboratório da UFRJ, como ocorre atualmente.

A Autoridade Brasileira fará a gestão dos resultados, notificará os atletas envolvidos e informará todos os casos positivos e suspeitos à CBF, que terá a missão de informar os clubes sobre os testes positivos. Todos os atletas profissionais cadastrados CBF estão sujeitos ao controle de dopagem.

Marco Aurélio Klein, secretário nacional da ABCD nos últimos anos, comemorou a assinatura do acordo: “Com o futebol incorporamos o que faltava: o gigantesco mundo do futebol brasileiro. São cerca de 700 clubes profissionais, distribuídos pelos 27 estados da federação, alguns deles com até cinco divisões de competição, fora as nacionais”, detalha Klein em entrevista à Brasileiros.


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