Atrás dos holofotes

Antes de a bola rolar, todos já começam a dar seus palpites para a Copa do Mundo de 2010. Na opinião de muitos, Brasil, Itália, Espanha, Inglaterra e Argentina podem ser apontadas como as favoritas ao título. Além de grandes craques, as seleções possuem excelentes coadjuvantes que, em caso de pane dos principais jogadores, podem assumir o papel principal e comandar suas seleções. O site da Brasileiros analisou cinco deles, um de cada seleção favorita ao caneco na África do Sul.

Gonzalo Higuaín (Argentina) – Com apenas 22 anos, o atacante já conquistou reconhecimento internacional. Atualmente no Real Madrid, depois de despontar no River Plate, Higuaín está conseguindo se destacar na atual temporada. É o artilheiro do time e vice-artilheiro do Campeonato Espanhol, com 24 gols, dois a menos do que seu compatriota e grande estrela da seleção de Maradona, Lionel Messi.Higuaín foi contratado pelo clube merengue em 2007, quando tinha apenas 19 anos, mas nunca foi considerado a solução para o ataque do clube, que ainda apostava em Robinho na época. Na primeira temporada pelo time madridista, Higuaín apareceu ao sair do banco e marcar o gol do título espanhol, contra o Osasuna. No bicampeonato do Real, ele anotou 10 gols e, aos poucos, conquistou seu espaço para hoje ser uma unanimidade na equipe que conta com atacantes como Cristiano Ronaldo e Benzema. Na temporada passada, apesar do título do rival Barcelona, Higuaín fez 22 gols, um atrás de Messi.Quem não tem boas lembranças do atacante é a torcida corintiana. Na eliminação alvinegra na Copa Libertadores de 2006, Higuaín marcou dois dos três gols do River Plate na vitória por 3 a 1, em pleno Pacaembu. Tudo indica que ele será titular na seleção de Maradona. Com todos os holofotes e, principalmente, marcadores de olho no atual melhor do mundo, Lionel Messi, Higuaín terá a chance de mostrar seu valor.

David Villa (Espanha) – Villa é, talvez, um dos jogadores mais injustiçados da história recente do futebol. Com uma técnica refinada e extrema facilidade para balançar as redes, o espanhol é um dos melhores atacantes da atualidade. Ele provou isso na Eurocopa 2008, quando foi o artilheiro do torneio com quatro gols e levou seu país ao título. No entanto, o eficiente quarteto de meio campistas da Fúria sempre ofusca a importância de Villa, além de seu companheiro de ataque, Fernando Torres, muito mais exaltado pela torcida e imprensa.Parece que esse aparente esquecimento se reflete também no clube. Desde 2005 no mediano Valencia, Villa briga pela artilharia em praticamente todos os torneios que disputa, inclusive no Campeonato Espanhol (tem 20 na temporada atual, o terceiro na tabela de artilheiros). Mas, entra ano e sai ano, apesar das inúmeras especulações feitas sobre uma saída para um time maior, ele continua no Valencia.A Copa do Mundo será a chance para Villa mostrar, de uma vez por todas, que é sim um dos grandes jogadores da atualidade.

Mauro Camoranesi (Itália) – Poucos sabem que Camoranesi nasceu e cresceu na Argentina e, antes de fazer seu nome na Itália, chegou a defender alguns clubes sul-americanos, como o argentino Banfield e o mexicano Cruz Azul. Sem muito destaque, o jogador foi para o modesto Verona, da Itália, no ano 2000, quando tinha 24 anos. As boas atuações chamaram a atenção da Juventus e, em 2002, foi defender a Velha Senhora. O bom futebol e a visibilidade de um grande clube fizeram com que ele fosse convidado, em 2003, a jogar pela seleção italiana, pois Camoranesi já tinha a documentação e era considerado um cidadão do país.Desde 2003, o meio campista é presença certa nas convocações italianas e participou da Eurocopa em 2004 e 2008, além da Copa do Mundo de 2006, sempre exercendo seu papel com primor, apesar de nunca receber todos os créditos que merecia no título do último mundial. A seleção italiana, desde sempre, é exaltada por sua qualidade defensiva. Atualmente, o goleiro Buffon e o zagueiro Cannavaro são considerados os craques da equipe na defesa. Quando se fala em meio campo, só se lembra da classe de Pirlo e da raça de Gattuso. Camoranesi, o “motorzinho” italiano, raramente é citado. Uma injustiça com um dos jogadores mais fundamentais ao esquema italiano.

Peter Crouch (Inglaterra) – Quando olhamos para Peter Crouch, pensamos que pode exercer qualquer profissão, menos a de jogador de futebol. Com mais de 2 m, o jogador que tem fama de desengonçado, nunca foi unanimidade nos clubes pelos quais passou, imagine na seleção inglesa.Prova da falta de crédito em cima de Crouch é o tempo que fica nos clubes. O atacante nunca defendeu a mesma equipe por mais de três temporadas consecutivas. Ao longo de sua carreira, já defendeu dez times diferentes e todas sem expressão internacional, com exceção do Liverpool (iniciou a carreira no Tottenham, onde está atualmente, mas passou também por Aston Villa, Portsmouth, Southampton e clubes suecos).Em 2005, Crouch fez a primeira partida pela seleção inglesa, contra a Colômbia. No ano seguinte, com a contusão do astro da equipe, Wayne Rooney, Crouch teve a oportunidade de disputar duas partidas da primeira fase da Copa do Mundo de 2006, contra Paraguai e Trinidad e Tobago. No terceiro jogo, contra a Suécia, Rooney retornou, mas Crouch logo entrou no jogo, com a contusão de Michael Owen, que havia sido parceiro do grandalhão nas duas primeiras partidas.Aliás, Michael Owen não vai participar da Copa de 2010 por causa de contusão no tendão do joelho e deverá ceder sua vaga de titular justamente para Peter Crouch. Com características singulares, o atacante tentará provar seu valor na África do Sul e, finalmente, conseguir se firmar em uma grande equipe mundial.

Elano (Brasil) – Para o meio campista Elano, Dunga é mais do que um técnico, é uma espécie de anjo da guarda. O jogador apareceu para o futebol na mágica equipe do Santos, campeão brasileiro em 2002, mas nunca conseguiu o mesmo respeito e badalação dados para a dupla Robinho/Diego. Em 2005, depois de mais um título brasileiro (2004), foi transferido para o Shaktar Donetsk, da Ucrânia e, como muitos outros que tomam o caminho, estava fadado ao esquecimento.Até que Dunga assumiu a seleção brasileira e decidiu, pela primeira vez na história, chamar um atleta que atua na Ucrânia para a equipe do Brasil. Elano correspondeu em campo com boas atuações, muita aplicação e, desde então, é presença cativa nas listas de Dunga (foi campeão da Copa América, em 2007, e da Copa das Confederações, no ano passado). As boas atuações até renderam transferência para a Inglaterra, para jogar no Manchester City, no meio de 2007. Infelizmente, jogar foi o que Elano menos fez na terra da rainha e, dois anos depois, arrumou novamente as malas e se mudou para a Turquia, onde hoje defende o Galatasaray.Um dos líderes de assistências da seleção de Dunga, Elano é homem de confiança do técnico e na Copa do Mundo deverá ser ainda mais. Com a incógnita em relação à real condição física de Kaká, Elano pode ser forçado a assumir o papel de comandante e organizador do meio campo brasileiro. Não duvide da capacidade do versátil jogador.

MAIS:
– Veja o nosso infográfico sobre os estádios da Copa
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– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
Site oficial da Copa do Mundo de 2010


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