Nessa semana, Dunga, técnico da seleção brasileira, teve a mais pesada pressão, tanto de torcedores quanto da imprensa, para convocar o atacante Neyrmar, revelação do Santos. Apesar da insistência popular, o treinador anunciou que não deverá apresentar nenhuma surpresa na lista da seleção, que será anunciada no dia 11 de maio. [nggallery id=14341] Neymar é a bola da vez para a Copa do Mundo da África do Sul. Na temporada de 2010, o atacante do Peixe já anotou 19 gols. Somente na Copa do Brasil, ele fez 9 gols em apenas quatro jogos, uma média de 2,25 gols por partida. Impressionante! Isso, é claro, com a ajuda dos encantadores meninos da Vila, como Paulo Henrique Ganso e André, além do não tão menino Robinho, que, aliás, engrossa o coro por Neymar na seleção brasileira. O rei das pedaladas já tem sua vaga garantida na África do Sul e afirmou, mais de uma vez, que o Brasil precisa de Neymar na Copa. Enquanto isso, a torcida faz pressão, mas Dunga, aparentemente, não irá ceder.Perto de qualquer Copa do Mundo, todos os brasileiros viram técnicos e os pitacos sobre a escalação da seleção são comuns. Porém, a comoção geral da sociedade para a convocação de determinado jogador ou jogadores poucas vezes aconteceram.A mais recente foi em 2002, com Romário. Tudo começou como uma história de amor. Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção em junho de 2001 com pouco menos de um ano de trabalho para a Copa da Coreia do Sul e do Japão. O treinador resolveu confiar em Romário, deu ao baixinho a braçadeira de capitão e o nomeou o irmão mais velho da Família Scolari em seu primeiro jogo no comando, contra o Uruguai pelas eliminatórias do mundial na Ásia.Mas, logo no começo, Felipão ficou descontente com o comportamento descompromissado de Romário. O primeiro confronto entre técnico e jogador teria acontecido após Felipão saber de uma escapada de Romário da concentração, na véspera do jogo contra o Uruguai, em que a seleção saiu derrotada por 1 a 0. Pelos rumores, Romário teve um encontro com uma aeromoça que conhecera no voo rumo ao Uruguai.Mesmo assim, Felipão resolveu dar crédito a Romário e o chamou para disputar a Copa América da Colômbia, no mês seguinte. O atacante pediu dispensa, alegando um problema no olho, curável somente com cirurgia. Até aí nenhum problema. O técnico brasileiro não gostou mesmo de ver Romário jogando amistosos pelo Vasco no México, poucos dias depois do pedido de dispensa. Antes da Copa, o Baixinho apelou, convocou coletiva de imprensa, chorou, mas de nada adiantou porque não conseguiu ser acolhido de volta para a Família Scolari. O comandante brasileiro preferiu confiar, para o comando de seu ataque, no desacreditado Ronaldo, que voltava aos campos após muito tempo parado. No final, Felipão fez o certo, pois o Fenômeno marcou 8 gols e o Brasil foi o campeão.Quem não teve a mesma sorte foi Sebastião Lazaroni, na Copa de 1990, na Itália. O comandante ignorou os pedidos pela convocação de Neto, na época o melhor jogador em atividade no País. O Brasil foi eliminado nas oitavas de final pela Argentina. Já Neto deu o primeiro título nacional para o Corinthians, no mesmo ano.Mas, a história já mostrou que, às vezes, dar o braço a torcer pode dar certo. Curiosamente, esse caso envolve novamente Romário, mas, dessa vez, com um final feliz. Em 1993, o Brasil enfrentava fase difícil e precisava de vitória frente ao Uruguai, no Maracanã, para se classificar para a Copa dos Estados Unidos, no ano seguinte. Sem muitas cartas para usar, Carlos Alberto Parreira resolveu ceder às pressões e chamou o atacante, que brilhava no Barcelona. Romário não decepcionou, fez dois gols, classificou o Brasil e foi o grande herói do tetra campeonato.Será que Dunga tem mais a cara de Parreira de 1994 ou de Luiz Felipe Scolari de 2002?
MAIS:
– Veja o nosso infográfico sobre os estádios da Copa
– Conheça as cidades sede com nosso infográfico
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
Deixe um comentário