Para o brasileiro, se classificar para a Copa do Mundo é quase uma obrigação. O Brasil é o único país que marcou presença em todas as 18 edições da Copa. Mas, para outros países, estar presente na competição mais importante do planeta pela primeira vez é motivo de muita comemoração e orgulho. Na África do Sul, serão dois debutantes: sem terem nada a perder, Eslováquia e Sérvia podem até surpreender alguns favoritos.
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A Eslováquia tem no sangue uma tradição muito antiga no futebol. Até 1993, o país, juntamente com a República Tcheca, fazia parte da Tchecoslováquia, duas vezes vice-campeã mundial, em 1934 e 1962. No Chile, a equipe caiu na final diante do Brasil e de um endiabrado Garrincha: 3 a 1, de virada. Desde a pacífica dissolução, a República Tcheca era quem mais tinha honrado os ancestrais no futebol e inclusive participou da Copa de 2006, na Alemanha.
Curiosamente, as duas nações que constituíam a Tchecoslováquia faziam parte do mesmo grupo nas eliminatórias europeias e duelaram diretamente por uma vaga na Copa da África do Sul. Melhor para a Eslováquia, que irá participar pela primeira vez em uma competição desse nível internacional.
A outra seleção que estreia em Copas tem uma história semelhante. Porém, a Sérvia passou por vários processos de separação, não tão pacíficos como a Tchecoslováquia. A Sérvia fazia parte, juntamente com Croácia, Macedônia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro, da antiga República Socialista Federal da Iugoslávia. Desmembrada no início da década de 1990, a antiga Iugoslávia deu origem à República Federal da Iugoslávia, constituída somente por Sérvia e Montenegro, já que as outras quatro repúblicas deixaram a federação para formar Estados completamente independentes.
Em 2003, a República Federal da Iugoslávia passou a se chamar apenas Sérvia e Montenegro, país que chegou a participar da última Copa do Mundo, caindo na primeira fase, sem nenhum ponto (ficou no grupo da morte, com Argentina, Holanda e Costa do Marfim). Logo depois do mundial na Alemanha, os dois estados se separaram. Apesar de terem apenas dois atletas montenegrinos e todos os outros sérvios na delegação de 2006, a Copa da África do Sul é a primeira oficial da Sérvia como país. Outro país que fazia parte da extinta República Socialista Federal da Iugoslávia e marcará presença na África é a Eslovênia, que também participou da Copa da Alemanha.
Para quem acha que estreantes em Copas só cumprem tabela, aí vai um exemplo: Croácia, terceira colocada da Copa do Mundo da França, em 1998. Isso mesmo, mais uma nação que fazia parte da ex-Iugoslávia. A Croácia entrou desacreditada, mas cresceu ao longo da competição, sob a liderança de Boban e do goleador Davor Suker que, aliás, todos se perguntam de onde veio e para onde foi, já que nem antes e nem depois da Copa conseguiu repetir as brilhantes atuações.
O time foi subindo de produção na competição, com atuação mais impressionante nas quartas de final, em que não tomou conhecimento da Alemanha e fez 3 a 0 nos tricampeões mundiais. Na semifinal, os croatas enfrentaram a França, futura campeã, em jogo duríssimo. Não fosse uma noite inspiradíssima do lateral direito Thuram, que marcou dois gols e jogou, talvez, uma das melhores partidas de sua vida, a Croácia seria finalista daquela edição. Os franceses venceram por 2 a 1, de virada. A brilhante participação na estreia em Copas terminou com o honroso terceiro lugar, com vitória sobre a Holanda por 2 a 1.
Após muito olharem pela fechadura, Sérvia e Eslováquia finalmente entram na festa da Copa do Mundo. Sejam bem vindas!
MAIS:
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
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