Os “estrangeiros”

Desde a Copa de 1990, na Itália, a seleção brasileira começou a contar com mais jogadores que atuam fora do País dentro do grupo. A história de “estrangeiros, como ficaram denominados os atletas da seleção brasileira que jogam fora do País, começou na Copa de 1934, na Itália. Naquele mundial, Luiz Luz e Patesko atuavam por Peñarol e Nacional, do Uruguai, respectivamente. [nggallery id=14347] Porém, demorou quase 50 anos para que os “estrangeiros” voltassem à seleção para, aos poucos, serem a maioria dentro do elenco. Os brasileiros que atuam no País passaram de esmagadora maioria a exceção. Falcão e Dirceu foram os verdadeiros precursores do fenômeno, em 1982, defendendo a Roma e Atlético de Madri, respectivamente. Na Copa seguinte, no México, o número continuou em dois, Júnior (Udinese) e Edinho (Torino).Em 1990, a história já começou a mudar e os jogadores de fora foram maioria, com doze “estrangeiros” contra dez “brasileiros”. Da seleção que começou o torneio como titular, na vitoriosa estreia contra a Suécia (2 a 1), apenas o goleiro Taffarel (Internacional) e o zagueiro Mauro Galvão (Botafogo) jogavam em território tupiniquim.Em 1994, nos Estados Unidos, a mesma história, com apenas dez jogadores atuando no Brasil. Em 1998, na França, o número caiu para nove. Já na Copa do Japão e da Coreia do Sul, em 2002, uma pequena e curiosa mudança. A seleção foi composta, na pequena maioria, por atletas que atuavam em terras brasileiras (13 jogadores contra 10 “estrangeiros”). Talvez por isso, o grupo que conquistou o pentacampeonato, a “Família Scolari”, é considerado um dos mais unidos e centrados dos últimos anos.Mas, em 2006, na Copa da Alemanha, a globalização se instalou de vez na seleção. Apenas três atletas não jogavam fora do País, e todos eles eram reservas absolutos da seleção: Rogério Ceni e Mineiro, do São Paulo, além de Ricardinho, do Corinthians.Na Copa do Mundo de 2010, a história deve se repetir. Atuando no Brasil e garantido na Copa, está apenas Robinho, do Santos. O atacante veio por um curto periodo de seis meses no país, já que estava encostado no futebol inglês e, sem jogar, dificilmente conseguiria uma vaga na equipe de Dunga. Assim que acabar o mundial da África do Sul, ele já deve embarcar de volta para o velho continente (o contrato de empréstimo ao Santos termina no início de agosto).Victor, goleiro do Grêmio, também tenta uma vaga apenas para preencher o plantel, já que seria a terceira opção para o gol brasileiro. Ele tem boas chances de estar no grupo que vai ao mundial. Já Adriano estava com a passagem comprada e o passaporte na mão, mas vê sua vaga ameaçada a menos de dois meses para o torneio, por causa de polêmicas fora de campo. Seu companheiro no Flamengo, Kléberson, tem chances, pois vem sendo lembrado por Dunga nas últimas convocações.O zagueiro são-paulino Miranda tem chance muito remota de integrar a lista dos 23 convocados e só entrará em caso de um eventual problema com algum dos zagueiros de Dunga. Hoje, Lúcio, Juan, Luisão e Thiago Silva são os nomes da zaga para a Copa. Com a vaga na lateral-esquerda aberta, Kleber, do Internacional, e Gilberto, do Cruzeiro, tentam dar o último gás para serem lembrados pelo comandante da seleção.Jogar fora do Brasil hoje em dia é determinante para ser ou não convocado para a seleção brasileira. Por isso, cada vez mais, teremos um time canarinho dominado por “estrangeiros”. Principalmente, em Copas do Mundo.

MAIS:
– Veja o nosso infográfico sobre os estádios da Copa
– Conheça as cidades sede com nosso infográfico
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
Site oficial da Copa do Mundo de 2010


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