No último mês, veio à tona uma polêmica aparentemente alheia ao futebol, mas que, como fofoca, repercutiu demais e acabou por culminar no desligamento de um jogador de sua respectiva seleção e, consequentemente, da Copa do Mundo da África do Sul.
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Os protagonistas: os ingleses John Terry e Wayne Bridge. O caso: Terry teve um caso extraconjugal com Vanessa Perroncel, então esposa de Bridge. As consequências: Bridge terminou o casamento com Vanessa, quebrou a amizade com Terry e, pior, anunciou que não vai à Copa da África do Sul.
O barraco explodiu no início de fevereiro e os tabloides sensacionalistas ingleses se lambuzaram com o assunto. Chegou até a informação de que Vanessa havia engravidado do amante que, por sua vez, teria “presenteado” a adúltera com cerca de 20 mil libras para convencê-la a não ter o filho. Boatos, somente boatos.
Pior para Bridge, que ficou sem mulher e ainda por cima não vai para a Copa do Mundo. O lateral-esquerdo do Manchester City até tentou uma queda de braço com Terry, e esperou um posicionamento da Inglaterra com relação ao caso. Mas, a exemplo de Vanessa, a seleção inglesa também optou por Terry. O técnico Fabio Capello apenas tirou o zagueiro do Chelsea do posto de capitão do English Team. Steven Gerrard, meio campista do Liverpool, foi o escolhido para usar a braçadeira de capitão
Isso já era esperado, pois John Terry é considerado um dos melhores zagueiros do mundo. O ex-capitão inglês, além de ter sua vaga assegurada na África, ainda foi imediatamente perdoado por sua esposa. Aparentemente, o único que se deu mal na história toda foi Bridge, que passou de mero coadjuvante no mundo da bola a centro das atenções. Infelizmente, fez isso não por suas habilidades futebolísticas.
Em ato nobre, porém sofrido, anunciou que, para não prejudicar o ambiente da equipe durante o torneio, abria mão de sua vaga. Após toda a polêmica, Bridge ainda foi obrigado a escutar de sua ex-mulher, nova celebridade local, que tomou a decisão errada ao anunciar sua ausência do torneio mais importante do mundo.
O mais recente capítulo da novela inglesa se deu no último sábado (27), com a partida entre Chelsea e Manchester City, em Londres, pelo Campeonato Inglês. Na tradicional troca de cumprimentos, como era de se esperar, Bridge deixou Terry no vácuo e não apertou a mão do colega de profissão. Com a bola rolando, valeu a máxima que diz “sorte no jogo, azar no amor”. O City de Bridge venceu, de virada, por 4 a 2, e ainda deu show. Uma pequena vingança de Bridge.
A trama envolvendo Bridge e Terry parece história tirada daqueles programas barraqueiros das TVs do Brasil e de outros países, em que casais com problemas de relacionamento lavam a roupa suja na frente de um auditório, interessado somente em ver o circo pegar fogo. Mas, não é a primeira vez que casos polêmicos e curiosos impedem jogadores de disputar a maior competição do futebol.
No Brasil, mais recentemente, houve o caso Leandro e Renato Gaúcho, na Copa de 1986, no México. O atacante foi cortado pelo técnico Telê Santana às vésperas da Copa por indisciplina (Renato fugiu algumas vezes da concentração na Toca da Raposa e irritou Telê). Convocado na lista final da seleção, Leandro não apareceu no embarque no aeroporto do Galeão e não foi à Copa, em solidariedade ao amigo Renato.
Caso mais absurdo aconteceu com a seleção da Argentina, comandada por Daniel Passarella, na Copa do Mundo da França, em 1998. É público e notório que o técnico portenho tem um rigor militar, mas naquela ocasião ele extrapolou. Anunciou que não convocaria nenhum jogador que usasse cabelos longos. E isso justamente na Argentina! Alguns cabeludos acataram a decisão, como foi o caso de Gabriel Batistuta, que tratou de aparar a cabeleira e foi ao mundial. Mas, outros se revoltaram.
O volante Fernando Redondo, de futebol refinado e elegante, e o atacante Claudio Caniggia bateram o pé, mantiveram a cabeleira e ficaram de fora da Copa do Mundo. Bizarro. O consolo dos cabeludos foi ver a Argentina eliminada pela Holanda, nas quartas de final. (O leitor Rafael Pacheco lembrou que Redondo se recusou a cortar o cabelo por obrigação ou determinação de Passarella, pois não aceitou a condição para ser convocado. Mas, para deixar claro que tratava-se de uma questão moral, cortou o cabelo pouco antes do torneio e manteve a posição de não ir à Copa.)
As lesões também sempre foram os principais motivos para o corte de grandes atletas às vésperas da competição. Mas, com certeza, nenhuma foi tão estúpida quanto à sofrida por Santiago Cañizares pouco antes da Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão. O goleiro espanhol já havia participado das duas últimas Copas, porém, sempre na reserva de Zubizarreta. Com a aposentadoria do titular, Cañizares finalmente viu a chance de ser titular na competição. Ele só não contava com o improvável. Dias antes do embarque da Fúria para a Ásia, o goleiro tentou impedir que um frasco de perfume se quebrasse e cortou o pé. Cortado no pé, cortado da seleção. Cañizares nunca chegou a defender a seleção na maior competição do futebol.
– O leitor Rodrigo lembra da ausência de Serginho Chulapa na Copa de 1978, na Argentina: Serginho Chulapa não foi à Copa de 78, na Argentina. Estava suspenso por 14 meses por ter agredido um bandeirinha, jogando o Campeonato Brasileiro. O forte e goleador centroavante seria provavelmente o titular brasileiro, em uma Copa em que a força foi mais importante que a habilidade. Um verdadeiro “tiro no pé” da Justiça Desportiva brasileira.
N.R.: Sim, em partida contra o Botafogo de Ribeirão Preto, pelo Brasileirão de 1977, Serginho ficou irritado com a anulação de seu gol, aos 45 minutos da etapa final, quando os donos da casa venciam por 1 a 0. O árbitro seguiu a marcação do bandeirinha Vandevaldo Rangel. O centroavante foi para cima do bandeira e deu-lhe um pontapé. Foi suspenso e perdeu o mundial da Argentina. Pior para o Brasil.
E você, lembra de outro caso bizarro que impediu algum jogador de ir a uma Copa do Mundo? Envie e-mail ou conte pelo Twitter!
MAIS:
– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
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