O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, afirmou nesta quarta-feira (26) que foi pego de surpresa com a prisão de seu vice, José Maria Marín, pelas autoridades suíças. Ele foi detido com outros seis dirigentes de entidades do futebol ligadas à Fifa em Zurique, onde estão reunidos para as eleições do órgão máximo do esporte. Del Nero não teve seu nome envolvido nas denúncias.
Ao portal G1, o dirigente também afirmou que os problemas apontados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos que culminaram na prisão dos mandatários são de “gestões passadas”. Foram contratos firmados antes da administração do Marin. Não tem nenhum contrato firmado depois. Temos que analisar, como que vou saber? Tem que ver a conduta. Não tenho a menor ideia. Lógico que não é uma coisa boa, é péssimo para a entidade. Mas temos que saber o que se passa”, disse.
A CBF aparece em dois momentos no relatório da justiça norte-americana que levou à prisão dos dirigentes nesta quarta. Todas se referem ao fato de que a entidade elaborou esquemas de corrupção em acordos comerciais. Segundo o material, as investigações incluem pagamento de suborno em contratos com “uma grande marca esportiva norte-americana”, notadamente a Nike, patrocinadora da Seleção Brasileira desde os anos 1990. Sobre o assunto, Del Nero se esquivou: “O contrato da Nike é de sei lá, 2000…”, disse, apenas.
Na nota oficial divulgada pelo Departamento de Estado dos EUA, vários campeonatos organizados pela Conmebol e pela CBF foram colocados como fontes de esquemas corruptivos. “A maior parte dos esquemas alegados no indiciamento se relacionam a solicitação e recebimento de subornos por dirigentes de futebol pagos por executivos de marketing esportivo em conexão com a comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas partidas e torneios – incluídas aí eliminatórias da Copa do Mundo na região da CONCACAF, a Copa de Ouro da CONCACAF, a Liga dos Campões da CONCACAF, a Copa América Centenário, a Copa América, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil – que é organizada pela CBF. Outros esquemas alegados se relacionam com o pagamento de suborno em relação ao patrocínio da CBF por uma grande marca esportiva americana, a escolha da sede da Copa de 2010 e a eleição presidencial da FIFA em 2011”, diz um trecho do documento.
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