Um Natal no escuro e com a esperança de que as luzes das festas e o calor de sua família ajudem Michael Schumacher a sair do túnel em que está preso após o acidente de esqui, em 29 de dezembro de 2014. Desde o dia da queda, o drama do ex-piloto dura longos 12 meses.
Mas o grande campeão não deixou de lutar por sua vida em nenhum instante. Sob sua árvore de Natal deste ano, ele encontrará uma inimaginável quantidade de bons desejos para sua recuperação e muita coragem. Porém, ele também terá uma quantidade menor de patrocinadores que, diferentemente da família, dos amigos e dos fãs, não acreditam que Schumacher voltará a ser aquele de antes da banal queda na neve de Méribel. Por isso, decidiram abandoná-lo nessa fase delicada do tratamento.
Com tudo isso, a vontade de não abandonar a vida agora continua a mesma de sempre, como aquela que ele demonstrava atrás dos volantes de seus carros. Uma vida campeã na qual o alemão, que completará 45 anos no dia 3 de janeiro, viveu apegado até aquele dia fatídico.
Com a força e a coragem que o distinguia nas pistas, Schumacher impressiona aqueles que o amam, o admiram e torcem para que ele vença a corrida mais difícil da sua vida. Neste Natal, ele terá a presença de seus familiares e de seus amigos mais próximos para celebrar a vida.
Jean Todt, ex-chefe esportivo da Ferrari e atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), estará entre eles. Ele visita o heptacampeão mundial de F1, praticamente, toda semana na região de Gland – próximo a Genebra, na Suíça. Foi para sua casa na cidade que o ex-piloto alemão voltou após um período de recuperação no centro de reabilitação suíço de Lausanne (em junho) e após cerca de seis meses passados em coma no hospital francês de Grenoble.
Quase um ano de rumores, especulações, esperanças, mentiras, orações e alguns episódios para esquecer, como aquele do roubo do prontuário médico para ser vendido para mídia, que acabou com o suicídio do homem suspeito do furto dentro da prisão.
Nos primeiros meses, os mais difíceis e com esperanças remotas em rever Schumacher como ele era, a sua esposa, Corinna, estava constantemente ao seu lado no leito hospitalar em Grenoble, empenhada na luta contra tudo e contra todos para defender seu marido. Com rumores de que ele estava praticamente morto, ela o protegeu e saiu em sua defesa na mídia. Hoje, percebe-se que o alemão está em lenta, mas constante evolução.
As últimas declarações de Todt (“voltará a uma vida normal, é jovem e tem todo o tempo para recuperar”) se uniram às do médico francês Jean-François Payen, um dos especialistas que acompanhou o ex-piloto por quase seis meses em Grenoble.
Segundo ele, Schumi está melhor, mas sua recuperação pode durar até três anos. No meio desses 12 meses, não é possível contar a quantidade de demonstrações de afeto e de proximidade ao campeão alemão e a sua família – seja do mundo da F1 como dos apaixonados pelo esporte.
Não faltaram cartazes em frente ao hospital por parte de seus fãs e nem capacetes, camisetas e carros com mensagens dedicadas a ele. Schumacher vive um drama de um homem que passou em um segundo, e de uma maneira incrível para alguém com seu passado, de uma vida de rei para uma vida de equilíbrio entre sonhos e esperanças de voltar a uma realidade aceitável.
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