Justiça dos EUA acredita que Marin dividiu propina com Del Nero e Teixeira

O jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem nesta quinta-feira (28) em que afirma que o vice-presidente da CBF e ex-governador do Estado de São Paulo, José Maria Marin, está em uma cela solitária e com banheiro particular em um presídio na região de Zurique, na Suíça. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça do país, ele não apresentou problemas de saúde. “Está sendo tratado com todos os direitos humanos respeitados”, disse o órgão ao jornal.

Ainda de acordo com a publicação, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acredita que Marin dividiu as propinas recebidas pela exploração comercial da Copa do Brasil – torneio organizado pela CBF – com Marco Polo Del Nero, atual presidente da entidade, e com Ricardo Teixeira, que a comandou por 23 anos. O esquema analisado pela justiça norte-americana se refere a uma reunião de abril de 2014, em Miami, quando ficou definido que cada dirigente receberia R$ 2 milhões por ano pelos contratos. O acordo para tirar dinheiro extra dos contratos existia desde 1990, segundo as investigações.

O secretário-geral da CBF, Walter Feldman, afirmou nesta quinta que as “informações são muito precoces”. A CBF emitiu nota na noite desta quarta-feira (27) informando o afastamento de Marin do quadro diretivo da entidade e que vai reanalisar todos os contratos vigentes e remanescentes de períodos anteriores. Um pouco mais cedo, a Fifa havia anunciado o banimento de onze dirigentes de qualquer atividade relacionada ao futebol. Entre os excluídos do esporte está José Maria Marin. A decisão foi anunciada pelo presidente do comitê de ética, Hans-Joachim Eckert, com base nas investigações da Justiça norte-americana.

Prisão 

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e atual vice-presidente da entidade, José Maria Marin, foi preso nesta quarta-feira (27) pela polícia da Suíça em uma operação repentina que contou com a colaboração do Federal Bureau of Investigation (FBI) e que foi realizada a partir de um pedido de autoridades dos Estados Unidos. Além dele, outros seis dirigentes da Fifa foram detidos. Os dirigentes estavam hospedados em um hotel de Zurique, na Suíça, onde iriam participar da eleição presidencial da entidade, que acontecerá na sexta-feira (29).

Segundo o jornal norte-americano New York Times, os cartolas estão sendo investigados pela Justiça nos EUA por um suposto esquema de corrupção em contratos de Copas do Mundo, direitos de transmissão em campanhas de marketing. A escolha das sedes dos dois próximos Mundiais de futebol, na Rússia, em 2018 e no Catar, em 2022, também está na mira das autoridades. A reportagem ainda afirma que documentos devem ser apreendidos na sede da Fifa, também em Zurique.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, foram detidos, além de José Maria Marin, Jeffrey Web, vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Concacaf; Eduardo Li, presidente da Federação de Futebol da Costa Rica; Julio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; Costa Takkas, assessor da presidência da Concacaf; Eugenio Figueredo, também vice-presidente da FIFA e Rafael Esquivel, presidente da Federação de Futebol da Venezuela e terceiro vice-presidente da Conmebol. 


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