Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Marco Polo Del Nero é alvo de uma investigação por parte da Justiça dos Estados Unidos e pode ser um dos próximos indiciados no caso de corrupção na Fifa. Fontes do jornal indicam que as autoridades norte-americanas tentam rastrear pagamentos de subornos que podem ter ido para Del Nero, e que um processo já está em curso em Nova York.
Apesar de não existirem ainda provas contundentes contra o dirigente, pessoas próximas da investigação dizem que já existe uma apuração sendo feita, e que, se as suspeitas contra Del Nero se efetivarem, poderá ser expedido um mandado de prisão e até de extradição do brasileiro. Marco Polo não viajou ao Chile para acompanhar a Copa América e, em tese, seu próximo compromisso no exterior seria no próximo dia 20, em Zurique. Contudo, não se sabe se ele vai.
Até o momento, o principal objetivo dos investigadores norte-americanos é traçar a origem e o destino de certos pagamentos para determinar se Del Nero está de fato envolvido em esquemas de corrupção. Os pagamentos feitos pelo dono da Traffic, J. Hawilla, delator no escândalo que prendeu José Maria Marin, são os que mais geram suspeitas.
A grande questão está em torno dos direitos de transmissão dos campeonatos organizados pela CBF. Desde 1989, Hawilla é privilegiado na aquisição de direitos da Copa do Brasil. Todavia, a partir de 2011, ele teve de compartilhar seus contratos com a Klefer, empresa brasileira que tem como sócio e principal nome o dirigente Kleber Leite. Segundo os norte-americanos, as propinas pagas pelas duas empresas teriam como destino dois dirigentes na CBF. Um deles, já preso, era José Maria Marin. O outro, desconfiam, pode ser Del Nero.
Ainda de acordo com as investigações da Justiça estadunidense, a partir de certo momento os dois dirigentes brasileiros quiseram entrar no negócio de propinas que envolvia Hawilla. Este fato pode ter aumentado os valores que já eram pagos anteriormente, gerando um atrito com dono da Traffic. Mesmo assim o empresário não deixou de pagar o suborno. Os documentos citam Marin nominalmente, dizendo que ele e mais um ‘conspirador’, estavam recebendo parte da propina. Este ‘conspirador’ é dito no processo como alto funcionário da Fifa e da CBF, descrição perfeitamente preenchida por Marco Polo Del Nero.
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