O Maracanazzo do século 21

Hoje o sotaque da festa no Maracanã era o espanhol, mas quem comemorava não era Sergio Ramos, do Real Madrid, ou Iniesta do Barcelona. A farra era chilena! Os campeões do mundo estão fora da Copa 2014, viajam para o Paraná na próxima segunda-feira (23), onde enfrentam a Austrália, mas apenas para cumprir tabela, já que – após derrota humilhante para a Holanda por 5 a 1 na estreia, e outro revés, dessa vez contra o Chile, 2 a o nessa quarta-feira (18) – não têm mais chances matemáticas de classificação.

No mesmo palco onde brasileiros choraram a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo em 1950, a Espanha entrou em campo certa de que o raio não cairia no mesmo relvado pela segunda vez. Mas só a camisa pesada, intimidadora, e o fato de ter levantado a taça em 2010, não garantiria a vitória. O Chile não era adversário a se subestimar, com um time ajeitado, venceu fácil a Austrália na primeira rodada, 3 a 1, a mesma Austrália que quase complicou a Holanda no jogo também realizado nessa quarta, no final, vencido pelos europeus por apertados 3 a 2.

Quando o juiz apitou o início de jogo, a Espanha começou com o seu já velho estilo, segurando a bola, passando de pé em pé, desde a zaga, até o meio, chegando ao ataque, não conseguindo nada, voltando para o meio… O futebol chato que em uma época deu certo, mas que já não é novidade e muito menos infalível.

O Chile mostrou que entrou pretensioso no mundial, apesar do difícil grupo. A primeira grande chance veio dos chilenos, com chute de Vargas na pequena área, que desviou e saiu pela linha de fundo. O mesmo Vargas apareceu novamente logo depois, aos 19 minutos, dessa vez com muito mais destaque. Em excelente jogada de Alexis Sanchez, jogador do Barcelona, Aránguiz recebe na lateral e cruza para a área, o inteligente Vargas ameaça o chute, deixando o goleiro Casillas no chão e toca para o fundo do gol. Esse placar já sacramentava o impensável, eliminação dos atuais campeões do mundo na primeira fase.

Em desvantagem, a Roja se afundou ainda mais em campo. Sem saber trabalhar o jogo em desvantagem, a Seleção Espanhola continuava com um futebol que beirou o patético, enquanto os Chile se aproveitava em jogadas rápidas, principalmente com o excelente volante/meio-campista Vidal, que servia o rápido ataque formado por vargas, que já jogou no Grêmio, e Alexis Sanchez. 

Sanchez, aliás, é um velho conhecido de seu maior rival dessa quarta-feira, o goleiro espanhol Casillas, os dois se enfrentaram diversas vezes, o chileno defendendo o Barcelona e o Espanhol na meta do Real Madrid. Nessas ocasiões, no geral, vantagem para Sanchez. No confronto internacional a história se repetiu. O atacante bateu falta despretensiosa, o goleiro rebateu de forma esdruxula para o meio da área, no pé de Aránguiz, que de primeira ampliou o placar, aos 43 do primeiro tempo.

Enquanto brasileiros comemoravam o fato de um grande concorrente ao título estar dando adeus precocemente, os amantes de futebol lamentavam presenciar tal situação, a forma constrangedora com que a Espanha se portou no primeiro tempo, depois no segundo tempo e, se somarmos a derrota por 5 a 1 para a Holanda na estreia, mais 90 minutos. Foram 180 minutos para se apagar da história daqueles que um dia foram incontestavelmente os melhores.

Nos 45 minutos finais o Chile se fechou de maneira competente, soube neutralizar as poucas investidas dos rivais para confirmar a vitória e a vaga antecipada para as oitavas-de-final.

Embalados, chilenos pegam a Holanda, também classificada, na próxima segunda-feira, dia 23, às 13h. A partida é fundamental para o Brasil, já esse grupo tem cruzamento direto com o nosso no primeiro jogo dos mata-matas.


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