O governo do estado do Rio de Janeiro detalhou parte das obras de recuperação do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas para as Olimpíadas de 2016. Serão investidos R$ 14 milhões na nova infraestrutura. As obras começaram há poucos dias e devem ser concluídas em três meses. Não há, ainda, definição sobre a construção de arquibancadas provisórias. Elas são questionadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e devem ser erguidas pela organização do evento.
Estão previstas uma nova torre de chegada, reforma da garagem dos barcos, implantação de infraestrutura de raias, cronometragem e plataformas de câmeras (para cobertura televisiva), além da compra de estruturas flutuantes para treinos e competições de remo e canoagem.
De acordo com representantes do governo estadual, para garantir a fixação das novas raias, cronometragem e plataformas para instalação de câmeras serão implantados suportes metálicos submersos. Eles terão três metros e serão instalados no espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas. Estas estruturas serão feitas sob medida para diminuir o impacto ambiental. A licença ainda não foi emitida.
Não há explicações sobre as arquibancadas flutuantes, para o espelho d’água da lagoa, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O MPF cobra esclarecimentos do eventual dano ambiental que a obra – que ainda não foi licenciada – possa causar. A responsabilidade da estrutura é do Comitê Rio 2016, que não se pronunciou sobre o projeto.
Usuários e atletas do Estádio de Remo também querem conhecer a obra. Reclamam que a proposta de reforma do estádio sugiu sem diálogo com a sociedade. Carlos Martins, remador master e responsável por campanhas em defesa do Estádio de Remo, cobra a divulgação do cronograma do projeto executivo e defende arquibancadas definitivas.
Martins alerta para o impacto da infraestrutura temporária na lagoa, que, segundo ele, pode dificultar a troca da água com o mar. “Além disso, provavelmente as soluções encontradas [para montagem das arquibancadas flutuantes] deixarão resíduos e poluição. As Olimpíadas demoram duas semanas. Depois, essa dinheirama vira lixo”, informou Martins.
Para o remador, a alternativa seria erguer arquibancadas à beira do espelho d’água, em local onde hoje funciona um shopping.
O governo do estado informa que as intervenções no estádio foram discutidas com a Federação Brasileira e a Confederação de Remo, mas não esclarece se foram ouvidos os usuários.
Atletas como Fabiana Beltrame, da seleção brasileira, acreditam que, se a obra for bem feita, trará benefícios para o esporte. “A estrutura montada para a competição – balizamento, pontão de largada e torre de chegada – deve ser de boa qualidade para que possamos aproveitá-las para futuras competições”, acrescentou.
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