Para jogador da Costa Rica, campanha “não é casualidade”

Celso Borges passa pelo volante Gargano no jogo contra o Uruguai, na estreia dos dois times na Copa. Foto: Danilo Borges/ Portal da Copa do Mundo
Celso Borges passa pelo volante Gargano no jogo contra o Uruguai, na estreia dos dois times na Copa. Foto: Danilo Borges/ Portal da Copa do Mundo

A edição de Brasileiros que você, leitor, tem nas bancas neste mês de junho, traz uma reportagem sobre os cinco jogadores brasileiros que estão disputando a Copa do Mundo no nosso País por outras seleções (Eduardo da Silva e Sammir pela Croácia, Pepe por Portugal, Thiago Motta pela Itália e Diego Costa pela Espanha). Além destes, outros dois jogadores naturais dos seus países têm sangue brasileiro neste Mundial: o atacante Giovanni dos Santos, do México, filho do ex-jogador Zizinho, que atuou no São Paulo nos anos 80, e o volante celso Borges Mora, camisa 5 da surpreendente seleção da Costa Rica, classificada no Grupo D – chamado de grupo da morte antes do torneio – com duas vitórias sobre Uruguai e Itália. 

A palavra surpreendente, no entanto, não cabe para os jogadores costarriquenses. Na manhã deste sábado (21), Celso foi enfático à Brasileiros. “Nós acreditávamos desde sempre. Entre os jogadores e o corpo técnico nós sempre sabíamos que era possível. Estas coisas não acontecem por casualidade”, disse. Na terça-feira (24), o time da América Central encara seu último desafio nesta primeira fase da Copa, contra a Inglaterra, no Mineirão, em Belo Horizonte. Ainda que saia derrotada, estará nas oitavas de final para enfrentar Colômbia ou Costa do Marfim. 

No entanto, apenas o fato de ter vencido duas partidas seguidas já é um feito para o futebol do país, que jamais havia conseguido isto na história das Copas. Até a FIFA se mostrou surpresa com a Costa Rica, chamando sete atletas do time para fazer o exame antidoping após a partida contra os italianos (o normal são dois), fato que indignou os jogadores. A entidade se defendeu dizendo que apenas dois costarriquenhos fizeram o exame e os outros precisavam realizar exames necessários que não foram feitos antes do Mundial. Veja abaixo a breve conversa com o jogador:

Brasileiros – Como foi a festa depois da vitória – e consequente classificação – depois do jogo contra a Itália?
Celso Borges: Muito bonita, mas contida também, porque sabemos que ainda falta muito para a gente. Mas ficamos muito felizes por termos realizado uma grande partida e um grande feito.

Brasileiros: Seu pai estava no estádio? E ele foi ao vestiário?
Celso Borges: Ele estava no estádio, mas não pode entrar no vestiário. Mas ele assistiu ao jogo.

Brasileiros: Como ele ficou com a classificação? A última vez que a Costa Rica passou de fase foi na Copa do Mundo de 1990, na Itália, quando ele era jogador.
Celso Borges: Ele está incrivelmente feliz. Aliás, toda a minha família se encontra em um estado de ânimo incrível. Claro que ele [Alexandre Guimarães] sabe do quão difícil que é conseguir uma classificação assim, o excesso de trabalho que tivemos, os sacrifícios, os esforços e tudo o que tivemos que fazer para tudo isto estar acontecendo.

Brasileiros: Bom, e sinceramente, vocês acreditavam que podia ganhar duas partidas da Copa e classificar dessa forma?
Celso Borges: Mas é claro! Nós acreditávamos desde sempre. Entre os jogadores e o corpo técnico nós sabíamos que era possível. Estas coisas não acontecem por casualidade.

Brasileiros: Entre as duas vitórias que vocês tiveram – contra Uruguai e Itália – tem alguma preferida?
Celso Borges: Nenhuma. As duas foram satisfatórias de forma igual e bonitas de viver.

Brasileiros: Falou com algum jogador da Itália ou do Uruguai depois dos jogos?
Celso Borges: Com vários deles. Todos nos desejaram o melhor, na verdade. Inclusive, alguns se alegraram pelo que conseguimos e nos deram força para seguir esse caminho.

Brasileiros: E agora que vocês conseguiram a classificação, é natural um relaxamento contra a Inglaterra?
Celso Borges: Queremos seguir fazendo história e nossa mentalidade está em fazer boas partidas para conseguir isso, independentemente da situação em que nos encontramos. Então vamos para vencer.

Brasileiros: Antes da Copa, em entrevista à Brasileiros, você disse que o Bryan Ruiz [camisa 10 da seleção] era o principal jogador do time. Agora quem está brilhando é o Campbell. Era de se esperar esse destaque para o camisa 9 de vocês?
Celso Borges: O Campbell é um jogador extremamente importante para o nosso time, mas todos nós temos nossas funções bem definidas para cumprir em campo. Então, apesar do sucesso de alguns, eu acho que a maior virtude desse time é o trabalho que estamos mostrando como equipe. 

Brasileiros – Ficaram chateados com o fato de sete atletas do time precisarem passar pelo exame antidoping depois do jogo contra a Itália? 
Celso Borges: Estávamos tão emocionados com aquela vitória sobre a Itália que não demos muita importância para isso.
Obs: O meio-campista Bryan Ruiz disse depois do jogo que a convocação de sete jogadores para o exame foi. uma situação desagradável 

Brasileiros: Já viu os memes sobre a Costa Rica na internet? [Veja abaixo]
Celso Borges: Vi algumas. São parte da internet, né? São engraças, sem dúvida.

Após a classificação da Costa Rica, pipocaram os tradicionais e cômicos “memes” na internet. Veja alguns abaixo:

Montagem brasileira brinca com a força dos rivais no Grupo D, chamado de grupo da morte antes da Copa.
Montagem brasileira brinca com a força dos rivais no Grupo D, chamado de grupo da morte antes da Copa.

Um dos memes brinca com uma piada anterior ao jogo entre Costa Rica e Itália, quando o atacante italiano Mario Balotelli disse que, se vencesse a seleção costarriquenha, beijaria a rainha Elizabeth, da Inglaterra.
Um dos memes brinca com uma piada anterior ao jogo entre Costa Rica e Itália, quando o atacante italiano Mario Balotelli disse que, se vencesse a seleção costarriquenha, beijaria a rainha Elizabeth, da Inglaterra.

Outra montagem na Costa Rica brinca com o pênalti não marcado pelo árbitro chileno Enrique Osses em Campbell antes do gol da Costa Rica, feito por Bryan Ruiz.
Outra montagem na Costa Rica brinca com o pênalti não marcado pelo árbitro chileno Enrique Osses em Campbell antes do gol da Costa Rica, feito por Bryan Ruiz.


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