Passaram-se quase 64 anos daquela tarde de domingo no Maracanã em que Alcides Ghiggia, então com 23 anos e promissor atacante do Peñarol, um dos grandes clubes de futebol do Uruguai, fez 173 mil pessoas se calarem nas arquibancadas do estádio carioca. Ghiggia, porém, conserva o mesmo bigode ralo usado no Mundial, gosta de ouvir os mesmos cantores uruguaios e mantém a ironia que o transformou, mesmo sendo o carrasco dos brasileiros, em jogador respeitado por aqui. Hoje com 87 anos, ele mora em Montevidéu, capital uruguaia, mas passa boa parte de seu tempo em uma fazenda no Chuy. No final de janeiro, depois de uma semana de tentativas, Ghiggia finalmente conversou rapidamente com a Brasileiros:
Como o sr. você vê a atual Seleção Uruguaia?
Está preparada. Temos muitos jogadores novos, principalmente do time sub-20, que já demonstraram qualidade. Só que é muito difícil ganhar, porque há muitas equipes que também estão bem preparadas. Mas temos de esperar.
Qual é a melhor seleção do mundo?
Não dá para dizer por que existem times que surpreendem. O Brasil é um país que joga futebol e, se passar das oitavas, acredito que tem boas chances de ser campeão.
O sr. vem ao Brasil para acompanhar a Copa do Mundo?
Sim. Espero estar aí para assistir o primeiro jogo, em São Paulo.
Quais as suas lembranças do Mundial de 1950?
(Risos) Do tanto de gente que tinha no Maracanã.
Ainda se emociona?
Claro. Não vejo o vídeo do meu gol faz um tempo, mas ao vê-lo, choro.
Quem é o melhor jogador do mundo?
Também não dá pra dizer por que sempre surgem surpresas. Quem conhecia Forlán antes do Mundial da África do Sul? Então…
Pelé ou Maradona?
(Risos) Difícil opinar por que eles jogaram em épocas diferentes. Os dois foram muito bons.
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