As grandes lendas da bola têm todos algo em comum, a Copa do Mundo. Pelé, Maradona, Beckenbauer são quem são por terem, além de trajetórias brilhantes, sido fundamentais nas conquistas de de seus respectivos países. A teoria pode parecer polêmica, mas até que algum jogador tenha erguido a desejada Taça da Copa, não é possível coloca-lo em tal patamar.
2014 pode ser o ano da entrada do argentino Messi nesse seleto clube e o jogo entre Argentina e Irã, nesse sábado, vencido pelos portenhos provou isso. Tudo se encaminhava para um empate amargo, sofrido, quando craque pegou bola na lateral direita, cortou para o meio e deu tapa de canhota, com curva, tirando do goleiro. Um gol salvador nos acréscimos do jogo que garantiu sua seleção nas oitavas de final.
Messi é argentino, mas joga na Espanha, onde defende o Barcelona, desde os 13 anos de idade. Por conta disso, nunca foi de fato acolhido pela torcida argentina, famosa pelo carinho e idolatria com que venera suas figuras importantes. Para piorar sua situação, não conseguia repetir por seu país o desempenho que o transformou em melhor jogador do mundo durante três anos seguidos. Famosos pela raça e pelo orgulho com que vestem a camisa azul, nossos hermanos não viam em Messi a mesma vontade e parte da torcida chegou até a questionar sua convocação durante o período em que ainda era considerado por todos como o melhor do esporte.
Messi caiu, viu a hegemonia de seu Barcelona acabar e perdeu a coroa de melhor jogador do mundo. Coincidentemente (ou não) foi nessa época em que passou a mostrar mais bola pela Argentina. A apatia foi substituída pela gana e assim começou seu processo de “argentinização”. Um argentino nunca cobrou gols de placa ou dribles desconcertantes, para se tornar um ídolo nacional por lá é preciso demonstrar raça, vontade!
Contra o Irã Messi mostrou que pode, finalmente, assumir o posto de “súdito de Maradona” no coração dos argentinos. Não desistiu, lutou até o fim, chamou a responsabilidade e decidiu. Trata-se de um jogador diferente, que pode decidir qualquer partida em um lance e por isso coloca a Argentina sim entre os candidatos ao título.
Imaginando um cenário hipotético (e trágico), no qual a Argentina leva a taça na casa de seu grande rival, o Brasil, tendo Messi como grande destaque do torneio, por que não imaginar que dessa conquista surja o novo “Dios”?
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