Times brasileiros iniciam 2015 repletos de incertezas

Três treinadores de futebol brasileiros terão novos (e velhos) destinos a partir de 2015: na noite desta segunda-feira (16), o Palmeiras anunciou a contratação de Oswaldo de Oliveira, o Internacional informou que Abel Braga está dispensado e o Corinthians assinou contrato com Tite, velho conhecida da torcida alvinegra. São as três principais mudanças de técnicos no futebol nacional até o momento, mas outras devem acontecer até o início da temporada 2015, com os campeonatos nacionais, principalmente em times medianos.

Oswaldo de Oliveira

Foto: Botafogo de Futebol e Regatas
Foto: Botafogo de Futebol e Regatas

O Palmeiras contrata um treinador que, notadamente, se reciclou nos últimos anos: depois de um período esquecido no Japão, Oswaldo de Oliveira voltou ao cenário brasileiro em 2013, quando levou o Botafogo, com um time modesto, brigar pelo título brasileiro (acabaria na quarta colocação, com uma vaga histórica para a Copa Libertadores da América). Seu trabalho o recolocou entre os principais treinadores do Brasil e, assim, ele chegou ao Santos em janeiro deste ano para comandar um clube fervendo politicamente e precisando de títulos. Para tal fim, a diretoria chegou a pagar 43 milhões de reais pelo atacante Leandro Damião, do Internacional. Oswaldo, porém, foi demitido em setembro, sem conquistas, em uma posição intermediária na tabela do Campeonato Brasileiro e com Damião na reserva e odiado pela torcida.

No Palmeiras, a missão será ainda mais difícil: o time vem de uma temporada péssima, dispensou a maioria do elenco do ano passado, não tem boas perspectivas financeiras a curto prazo e ainda vai conviver com a pressão de uma torcida que exige títulos, além da sempre instável vida política do clube. Se souber levar todas essas dificuldades e não deixá-las cair no vestiário, pode surpreender. De qualquer forma, Oswaldo entra para a história por ser o primeiro homem a treinar os quatro grandes clubes de São Paulo.

Tite

Foto: Daniel Augusto Jr./ SCCP
Foto: Daniel Augusto Jr./ SCCP

Mais do que um retorno em um período mais rápido do que se imaginava, a contratação de Tite por parte da diretoria é uma jogada política: o treinador conquistou os principais títulos da história do clube (Libertadores e Mundial, em 2012) e saiu no final de 2013 com os melhores sentimentos possíveis da torcida corintiana, que aprendeu a gostar do técnico não apenas por seu trabalho, mas por seu espírito. Tite entendeu o que era o Corinthians e, assim, se aproximou da maneira como os torcedores entendem o time. Basta lembrar que, entre outras coisas, ele foi comandar a equipe da arquibancada do Pacaembu após ser expulso no jogo de volta contra o Vasco, nas quartas de final da Libertadores, xingava técnicos rivais, chorava quando perdia, explodia de felicidade quando ganhava e fazia com que seus jogadores dessem a vida em campo por ele. Coisa que Mano Menezes, frio e irônico sempre, não fazia.

Mais por que a contratação dele é uma jogada política? Justamente por isso. Tite, com toda essa positividade, dará tranquilidade para que a nova presidência (as eleições serão em fevereiro) tenha tempo para por em prática sua visão de gestão, contrate jogadores, renove o clube, ponha em ordem a administração da nova Arena e, além de tudo, lute por títulos. A baixada salarial foi muito mais lucrativa que apenas financeira (segundo a imprensa, Tite vai ganhar R$ 200 mil a menos que o antecessor, Mano Menezes). A missão de Tite só será dificultada se ele não conseguir passar da pré-Libertadores, no inicio de fevereiro, quando o time encara um rival colombiano antes da fase de grupos da competição. Vale lembrar que ele era o técnico quando o Corinthians sofreu uma de suas derrotas mais doloridas, para o Deportes Tolima, da Colômbia.

Abel Braga

Foto: Sport Club Internacional
Foto: Sport Club Internacional

O Internacional é quem, talvez, viva o período mais turbulento. O Clube acabou de eleger um novo presidente, Vitório Píffero, que havia prometido contratar Tite. Abel saiu com certa chateação por não ter sido procurado pelo novo mandatário. Sem Abel e Tite, os dois preferidos pela torcida não comandarão a equipe na próxima temporada e, então, a diretoria precisará contratar um treinador que honre os desejos dos torcedores, que acostumaram-se com a alcunha de clube europeu. As últimas novidades do Inter não deram certo, como o técnico uruguaio Jorge Fossatti e Dunga.


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