A rádio BandNews FM completou dez anos ontem. Por conta da festa, o âncora Ricardo Boechat anda visitado as cidades que compõem a rede da emissora para transmissões junto aos ouvintes. Já passou pelo Rio, Brasília, Curitiba, Salvador e ainda deve visitar Fortaleza e Porto Alegre.
Nesta quinta-feira (21), foi dia de fazer a transmissão em casa, São Paulo, mas em um lugar especial e longe do estúdio tradicional, o vão do Masp na Avenida Paulista. Das 7h30 às 9h30, Boechat comandou seu programa, o principal noticiário da emissora. Na sequência, seu trabalho continuou intenso até às 10h30, mas dessa vez com dedicação total a atender os seus ouvintes pessoalmente.
Depois de tirar muitas fotos, muitas mesmo, receber elogios, aplausos e presentes, ele falou um pouco com a gente.
Brasileiros – Como está a experiência de trabalhar na rua esses dias? Depois da transmissão, as pessoas te abordam, pedem fotos, te passam bilhete, pedem até conselhos.
Boechat – Tem duas coisas aí, uma coisa é específica da rádio BandNews FM, que é uma rádio que tem uma interação muito aberta, muito intensa, muito sincera com o público. Nosso público se sente muito dono da rádio, é uma coisa que a gente valoriza muito. E a outra coisa é o fato de que eu sou uma pessoa pública e acho que se você trouxer para cá qualquer pessoa pública, um ator, um jogador de futebol, um bailarino famoso, as pessoas naturalmente tenderão a abordá-lo, a pedir conselhos, a dar bilhetinhos, pedir favores, o que seja. Minha figura só é parte dessas duas situações.
O que mudou nesses dez anos de rádio?
A rádio não começou com essa postura (interativa), ela começou como são as rádios de notícias convencionais. Ela foi, e essa foi a mudança mais significativa, aos poucos criando uma identidade com o público baseada no pressuposto de que o ouvinte tem que ser o protagonista, ele que tem que dar a versão, ele que tem que dizer se é verdade ou mentira. Normalmente no jornalismo, a tendência é você ouvir uma reclamação de um cidadão, uma denúncia, e checar, submeter essa informação ou essa denúncia a um processo de triagem, de confirmação, com quem? Com as autoridades. O que desde cedo a gente percebeu? Que quem mentem são as autoridades, quem mente é o mundo oficial. O cidadão não mente, ele não quer perder tempo mentindo. Ele não vai ficar ligando para uma rádio para ficar inventando história. Então, a partir do momento que a gente percebeu que essa é era a prioridade do processo, a gente foi criando uma rádio com esse perfil. Essa foi a maior mudança que aconteceu nesses dez anos.
Você sente que sua popularidade aumentou de acordo com o maior espaço para dar opinião?
Digamos que a audiência foi crescendo, em parte, também por conta dessa característica de ser uma rádio opinativa, de ser uma rádio que se posiciona, se manifesta. Eu, especificamente, não acho que faça sentido você ostentar o título de âncora para não se posicionar de maneira clara sobre as coisas. E acho que as pessoas acabaram se identificando com isso, procurando um pouco nessas opiniões aquilo que coincidisse ou não com a opinião delas, para ter uma espécie de diálogo.
Agora que você está oficialmente no Facebook, vai levar uma vida mais digital?
Não, eu acho difícil que eu consiga agregar a rotina que eu tenho qualquer outra coisa, mas reconheço que já era hora de eu abrir a minha interlocução através da internet com o público que acompanha o meu trabalho e o trabalho da rádio. Nesse sentido, minha doce Veruska, minha mulher, e uma equipe na TV Bandeirantes estão encarregados da operação cotidiana, da edição, da montagem do que vai para o ar no Facebook. Por exemplo, tô indo agora visitar o MASP provavelmente porque a Veruska vai me pedir alguma coisa específica para o Facebook (e pediu mesmo). Agora tô com mais uma antena ligada, no sentido de perceber coisas que irão para o Facebook. Eu espero que as pessoas gostem, vamos ver.
Também sei fazer selfie coletivo, viu, minha gente? Esse vai daqui do MASP.Ganha um “bom dia” personalizado na rádio quem adivinhar quem é o cara de óculos na parte de baixo da foto.
Posted by Ricardo Boechat on Thursday, May 21, 2015
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