Prêmio Portugal Telecom divulga os semifinalistas

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“Divórcio”, de Ricardo Lísias, concorre na categoria romance. Foto: Carlos Neves

Foram 490 livros inscritos ao Prêmio Portugal Telecom desse ano. Destes, 64 foram escolhidos por um grupo de 220 jurados. Houve dois empates: um em poesia e outro em crônica, daí o número maior do que os 60 habituais. O mesmo grupo também elegeu os seis jurados que irão escolher os doze finalistas. São eles: José Catello, João Cezar de Castro Rocha, Leyla Perrone-Moisés, Luiz Costa Lima, Luiz Ruffato e Manuel da Costa Pinto. Os curadores são: Cíntia Moscovich (conto e crônica), Lourival Holanda (romance), Sérgio Medeiros (poesia) e Selma Caetano – também coordenadora do Prêmio. 

Não houve nenhuma grande surpresa. Cinco dos escolhidos são portugueses: Gastão Cruz, Ana Luísa do Amaral, António Lobo Antunes, Gonçalo M. Tavares e Alexandra Lucas Coelho. Algumas editoras pequenas se destacaram, como a Patuá, que emplacou cinco autores, quatro em poesia e um em romance, e a Confraria do Vento, com quatro escritores. Das grandes, Companhia das Letras teve doze, Record sete e Cosac & Naify cinco.

Cinco dos finalistas foram entrevistas nas páginas do caderno de Literatura da Brasileiros, três da categoria romance: Ricardo Lísias, com seu Divórcio (Alfaguara); Rodrigo Lacerda e A República das Abelhas (Companhia das Letras); e Adriana Lisboa, com Hanói (Alfaguara); e dois na categoria crônica, Antonio Prata, com Nú, de Botas (Companhia das Letras) e Cristóvão Tezza e seu Um Operário em Férias (Record). A entrevista com Tezza, em que ele fala do novo romance, O Professor, sairá no próximo número.

Também foram feitos perfis de dois outros finalistas na revista, ambos de poesia: Zuca Sardan, que concorre com seu Ximerix (Cosac & Naify) e Samarone Lima, escolhido por O Aquário Desenterrado (Confraria do Vento). Além disso, tivemos a colaboração de Alice Sant’Anna, semifinalista com seu Rabo de Baleia (Cosac & Naify), de quem publicamos no número mais recente um poema inédito.

Vários dos demais foram também resenhados no caderno, dentre eles A Cidade, O inquisidor e Os Ordinários (Companhia das Letras), do mineiro Carlos de Brito e Mello, Nossos Ossos (Record), de Marcelo Freire e Garimpo (Editora 34), de Beatriz Bracher.

No ano passado, o grande vencedor foi José Luiz Passos, com O Sonâmbulo Amador (Alfaguara) e, no retrasado, Valter Hugo Mãe e seu A Máquina de Fabricar Espanhóis (Cosac 7 Naify), ambos também entrevistados no caderno literatura da Brasileiros.

Os doze finalistas serão anunciados em setembro e os grandes premiados, em cada categoria, inclusive o prêmio principal, cada um recendo a quantia de 50 mil reais, em novembro.

Veja, abaixo, a lista completa dos semifinalistas do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2014:

Romance

“A cidade, o inquisidor e os ordinários” (Companhia das Letras), de Carlos de Brito e Mello
“A maçã envenenada” (Companhia das Letras), de Michel Laub
“A república das abelhas” (Companhia das Letras), de Rodrigo Lacerda
“A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves” (Companhia das Letras), de Joca Reiners Terron
“Amanhã não tem ninguém’ (Rocco), de Flávio Izhaki
“Aos 7 e aos 40” (Cosac Naify), de João Anzanello Carrascoza
“Barreira” (Companhia das Letras), de Amilcar Bettega
“Comissão das lágrimas” (Alfaguara), de António Lobo Antunes
“Companhia Brasileira de Alquimia” (Patuá), de Manoel Herzog
“Divórcio” (Alfaguara), de Ricardo Lísias
“Estrangeiro no labirinto” (Confraria do Vento), de Wellington de Melo
“Hanói” (Alfaguara), de Adriana Lisboa
“Matteo perdeu o emprego” (Foz), de Gonçalo M. Tavares Foz
“Na escuridão, amanhã” (Cosac Naify), de Rogério Pereira
“Nossos ossos” (Record), de Marcelino Freire
“O bibliotecário do imperador” (Globo Livros), de Marco Lucchesi
“O drible” (Companhia das Letras), de Sérgio Rodrigues
“Opisanie swiata” (Cosac Naify), de Veronica Stigger
“Reprodução” (Companhia das Letras), de Bernardo Carvalho
“Tangolomango” (Record), de Raimundo Carrero

Poesia

“Adega imaginária seguido de O relincho do cavalo adormecido” (L&PM), de Armindo Trevisan
“Anzol de pescar infernos” (Patuá), de Ana Elisa Ribeiro
“Ar de arestas” (Escrituras), de Iacyr Anderson Freitas
“Brasa enganosa” (Patuá), de Guilherme Gontijo Flores
“Caderno provinciano” (Patuá), de Chico Lopes
“De corpo presente” (Ibis Libris), de Alberto Lins Caldas
“Dever” (Companhia das Letras), de Armando Freitas Filho
“Estado crítico” (Hedra), de Régis Bonvicino
“Estúdio realidade” (7Letras), de Rodrigo Garcia Lopes
“Ilhéu” (Patuá), de Edson Cruz
“Ligue os pontos – Poemas de amor e big bang” (Companhia das Letras), de Gregorio Duvivier
“Metal” (Artes e Ofícios), de Ricardo Silvestrin
“Miserere” (Record), de Adélia Prado
“O aquário desenterrado” (Confraria do Vento), de Samarone Lima
“O mapa da tribo” (7Letras), de Salgado Maranhão
“Observação do verão seguido de Fogo” (Móbile Editorial), de Gastão Cruz
“Quadras paulistanas” (Companhia das Letras), de Fabrício Corsaletti
“Rabo de baleia” (Cosac Naify), de Alice Sant’Anna
“Rua da padaria” (Record), de Bruna Beber
“Signos de Camões” (Oficina Raquel), de Luis Maffei
“Vozes” (Iluminuras), de Ana Luísa do Amaral
“Ximerix” (Cosac Naify), de Zuca Sardan

Conto/Crônia

“Asa de sereia” (Arquipélago Editorial), de Luís Henrique Pellanda
“Autópsia do bípede” (Confraria do Vento), de Marco Polo Guimarães
“Canções mexicanas” (Casa da Palavra), de Gonçalo M. Tavares
“Dicionário amoroso de Porto Alegre” (Casarão do Verbo), de Altair Martins
“Entre moscas” (Confraria do Vento), de Everardo Norões
“Espero alguém” (Bertrand Brasil), de Carpinejar
“Fingidores [comédia em nove cenas]” (Não Editora), de Rodrigo Rosp
“Garimpo” (Editora 34), de Beatriz Bracher
“Hora de alimentar serpentes” (Global), de Marina Colasanti
“Labirinto da palavra” (Record), de Claudia Lage
“Meus segredos com Capitu” (Jovens Escritas), de Ana Elisa Ribeiro
“Morrer de prazer” (Foz), de Ruy Castro
“Novella” (Jovens Escribas), de Sérgio Fantini
“Nu, de botas” (Companhia das Letras), de Antonio Prata
“O Cristo empalado” (Oito e meio), de Marcelo Mirisola
“O Deus dos insetos” (Dublinense), de Monique Revillion
“O mel de Ocara” (Global), de Ignácio de Loyola Brandão
“Sangue quente (contos com alguma raiva)” (L&PM), de Claudia Tajes
“Um operário em férias” (Record), de Cristovão Tezza
“Um solitário à espreita” (Companhia das Letras), de Milton Hatoum
“Viva México” (Tinta da China), de Alexandra Lucas Coelho
“Você verá ” (Record), de Luiz Vilela


Comentários

2 respostas para “Prêmio Portugal Telecom divulga os semifinalistas”

  1. Avatar de elizabeth magalhaes lima
    elizabeth magalhaes lima

    boa tarde! não conhecia a revista brasileiros passei a conhece-la através do Ricardo Lísias, divulgue-a mais.bjs

  2. Avatar de Teócrito Abritta
    Teócrito Abritta

    Sobre o Prêmio Portugal Telecom de Literatura-2014

    Com o fim de qualquer espírito crítico, não só na área cultural como em todos os setores de nossa sociedade, vemos medrar o que chamaríamos de crítica de aplausos. Uns elogiam aos outros, para depois serem elogiados, numa mediocridade sem fim. O que interessa é o “Mercado”, onde tudo é reduzido a lucros.
    Infelizmente as regras do “Mercado”, que acabaram substituindo qualquer critica literária séria, “contaminaram” e estão acabando com princípios de seriedade intelectual.
    Note pelas palavras da curadora do Prêmio Portugal Telecom de Literatura, senhora Selma Caetano, que escritores, jornalistas e professores universitários não têm nenhum pejo em participar de bancas de concursos literários, onde as obras simplesmente não são lidas, analisadas e criticadas:

    Caro Sr. Teócrito,
    Segue a resposta à sua ponderação:
    um júri de dezenas de membros pode ter lido todas (ou quase todas) as obras inscritas porque a curadoria convida para a função de jurado da 1ª etapa do prêmio apenas e somente profissionais que tenham como objeto de trabalho a literatura em língua portuguesa e que tenham acompanhado os lançamentos de 2013 de forma adequada para ser capaz de escolher com isenção, sem ter necessidade de receber os livros inscritos pois, como falei, seu material de trabalho diário são os livros.
    Dito isso, repito que o material de divulgação paralelo recebido por alguns jurados não desempenhou papel sequer secundário na avaliação das obras, pois eles não estavam previstos neste processo.
    (enviado com cópias para os curadores de crônica/conto, poesia e romance, respectivamente, Cintia Moscovich, Sérgio Medeiros e Lourival Holanda).

    Nesta mensagem a senhora Selma Caetano reafirma suas palavras já ditas no vídeo divulgado no site do Prêmio Portugal Telecom de Literatura e que pode ser visto no link abaixo:

    http://www.premioportugaltelecom.com.br/livros-semifinalistas-indicados-2014/

    Ao enviar minhas ponderações, inicialmente à senhora Cintia Moscovicht, citando o vídeo onde a Curadora Geral do Prêmio Portugal Telecom fala no envio de material de “divulgação” diretamente para membros do júri, esta se mostrou surpresa, respondendo-me com a mensagem que transcrevo abaixo:

    Prezado Sr. Teócrito,
    Em momento algum a senhora Selma Caetano pode lhe ter dado essa informação já que a mesma absolutamente não procede. Como o senhor mesmo constatou, no edital supra citado apenas se pedem os exemplares impressos. Selma Caetano é curadora e principal incentivadora do prêmio, nele trabalhando há mais de 12 anos, sendo impensável que ela lhe tenha informado tal discrepância. Peço-lhe o obséquio de me informar onde o senhor viu tal afirmação e, se possível, que me envie cópia do mesmo. Faço chegar sua correspondência à sra. Selma Caetano e aos demais curadores para conhecimento.
    Sendo o que se apresentava, muito cordialmente despeço-me,
    Cíntia Moscovich.

    Depois esta senhora passou simplesmente a usar argumentos dissuasivos, tentando me convencer de que houve apenas um “mal entendido”. Ou seja, argumentos nada objetivos.

    Venho de tempos mais éticos, tendo participado, como professor do Instituto de Física da UFRJ, de dezenas de bancas de concursos públicos e defesas de teses. O critério de julgamento era unicamente o previsto nos editais, sendo consideradas faltas graves conversas paralelas ou canais de comunicação entre candidatos e bancas.
    Candidatos selecionados por leitura de resenhas e comentários na mídia acabam tendo seu trabalho conspurcado, já que são “eleitos” em detrimento de outros que não tiveram suas obras lidas. Lembro também que o Prêmio Portugal Telecom de Literatura foi financiado com dinheiro público, através de renúncia fiscal, o que agrava ainda mais o não cumprimento do previsto nos editais, já que futuramente isto pode resultar na desmoralização dos selecionados.
    Espero uma manifestação dos participantes deste júri e do Ministério da Cultura.
    Rio de Janeiro, 9 de junho de 2014.
    Teócrito Abritta

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