Em 264 páginas, o jornalista Sergio Leo conta, com leveza e humor, tudo o que todos sempre quiseram saber sobre os bastidores da história de um dos homens mais ricos do mundo e que, durante muito tempo, foi motivo de orgulho nacional: o mega-empresário brasileiro Eike Batista. Por anos, ele figurou nas capas das principais publicações do País e do mundo, depois de protagonizar uma história promissora e exemplar, do vencedor que chegou lá pelo próprio esforço, sem vergonha de ser rico e com lições de sucesso a compartilhar. Depois, nos dois últimos anos, Batista foi mostrado de modo nada lisonjeiro, com a derrocada de seu império que valia bilhões de dólares até há pouco tempo. Toda essa história é contada em “Ascensão e Queda do Império X – Eike Batista e as jogadas, as trapaças e os bastidores da fortuna de mais de US$ 34 bilhões que virou pó”, que terá lançamento em São Paulo nesta quinta-feira, dia 24, no Shopping Pátio Higienópolis, das 18h30 às 21h30.
Sergio Leo desconstrói o mito criado em torno de Batista e revela os equívocos gerenciais que comprometeram a saúde das suas empresas e as falhas que lhe permitiram vender ilusões dispendiosas – e que resultou na dizimação de sua fortuna em um impressionante curto espaço de tempo. Tudo o que acontecia longe dos holofotes é mostrado pelo autor com em base uma meticulosa pesquisa que inclui depoimentos de pessoas ligadas ao governo federal e a governos estaduais, antigos executivos de empresas do grupo EBX e executivos do setor de petróleo, além de amigos do empresário e especialistas. As histórias das empresas X, como a fundação da mina Novo Planeta, são apresentadas de modo amplo e mais completo e não apenas pela versão do ex-bilionário.
“Nunca um empresário na América Latina caiu de tão alto em tão pouco tempo”, escreve Sergio Leo. Segundo ele, em outubro de 2010, o valor das cinco empresas do grupo X negociadas na bolsa de valores ultrapassaria R$ 95 bilhões. Desse total, mais de R$ 72 bilhões eram ações da OGX, a empresa de petróleo criada por Eike três anos antes, com capital de grandes investidores privados. “O empresário era classificado como o maior bilionário do Brasil e um dos dez maiores do mundo. Era o auge de um grupo empresarial iniciado na década de 1980, quando Eike, após iniciativas de sucesso na exploração de minas de ouro no Brasil, foi convidado a se associar a uma mineradora de porte modesto no Canadá, a Treasure Valley Explorations Ltd., que ele dirigiu e renomeou em 1986 como TVX Mining Corp. e, depois, TVX Gold Inc. TVX era o símbolo da Treasure Valley na bolsa canadense”.
Eike, prossegue o autor, atribuiu à sigla um significado próprio, incorporado a suas futuras empresas: o “X”, como aprendeu o Batista de Ipanema, representava o símbolo da multiplicação, segundo explicou o Batista empresário em seu best-seller autobiográfico e em infindáveis entrevistas que deu à imprensa. “Acrescentar ‘X’ ao nome dos empreendimentos não era apenas superstição, mas também uma jogada de marketing, esporte em que o empresário se mostrou campeão”, narra o jornalista. “Quem se depara com a letra a associa mentalmente a uma operação matemática, a algo que se torna muitas vezes maior”, escreveu Eike, em citação do livro. “Entendi que o ‘X’ era um bom augúrio e decidi seguir com ele.”
A obra mostra que, na origem, Eike não foi o self made man que dizia ser. E traz à tona os nomes de sócios que o ajudaram no começo da carreira, como o suíço Felix Jean Chille, administrador de fortunas, e outros investidores de peso. “Ascensão e Queda do Império X” esclarece também qual foi o verdadeiro papel de Eliezer Batista. “O pai, Eliezer Batista, foi uma figura importante na construção da carreira de Eike, com sua rede de contatos e fazendo intervenções em momentos decisivos”, comenta o autor. As excentricidades – como o uso do X, do número 3 e do sol como símbolo de seu grupo – também são abordados no livro. Sua fama como ex-marido a atriz e ex-modelo Luma de Oliveira, as transações e trocas de favores, a cronologia da decadência das principais empresas X e as jogadas de marketing que o ajudaram a vender suas ideias completam a obra.
Colunista e colaborador do jornal Valor Econômico, o carioca Sergio Leo se graduou em jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e especialista em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Desde 1985, vive em Brasília, onde primeiro trabalhou no Jornal do Brasil, cobrindo o Plano Cruzado e todos os outros planos econômicos que se seguiram. Atuou ainda na TV Globo, nos jornais “Folha de S. Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S. Paulo”, e nas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, da qual foi diretor em Brasília. Em 2000, integrou a equipe que fundou o “Valor Econômico”, no qual, três anos mais tarde, se tornaria também colunista. Como escritor, ganhou o prêmio Sesc de Literatura, em 2008, por seu livro de contos “Mentiras do Rio”.
SERVIÇO: “Ascensão e Queda do Império X”, de Sergio Leo
Editora Nova Fronteira
Lançamento: 24 de julho, quinta-feira, das 18h30 às 21h30
Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis
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