Apenas alguns veículos da imprensa internacional deram atenção ao caso dos seis prisioneiros executados pela Indonésia neste domingo (18), entre eles o brasileiro Marco Archer Moreira, de 53 anos, condenado à morte em 2004 por tráfico de drogas. Na América Latina, o caso não teve nenhuma repercussão além das notas das agências de notícias. Na Europa e nos Estados Unidos a morte dos presos, ao contrário, foi questionada.
O New York Times repercutiu o caso durante o final de semana e, nesta segunda-feira (19), informa que a Austrália, que tem dois prisioneiros na lista de execuções do governo indonésio, também pretende chamar o seu embaixador em Jacarta para consultas nos próximos dias. Seria o terceiro país a tomar tal decisão (Brasil e Holanda já o fizeram). Segundo o jornal, as execuções do brasileiro Marco Archer Moreira e do holandês Ang Kiem Soei criaram uma “tempestade diplomática” entre os três países. O canal de televisão CNN também deu espaço ao caso e lembrou que o presidente da Indonésia, Joko Widodo, já rejeitou 64 pedidos de clemência para condenados à morte no país.
Na Europa, o El País, da Espanha, se debruçou sobre o caso do holandês Ang Kiem Soei, único europeu na lista de condenados que foram executados neste domingo, na Indonésia. Segundo o diário, Soei tinha quatro filhos e morava na cidade de Utrecht com a família quando foi preso, em Jacarta, acusado de fabricar ecstasy no país asiático. O veículo também recordou que a Anistia Internacional e outros órgãos mundiais pediram ao governo indonésio que repense a pena de morte aos seus prisioneiros. Na Alemanha, o Spiegel foi na mesma linha, salientando também os esforços da comunidade internacional para evitar os fuzilamentos. Na Holanda, o De Telegraaf chamou as execuções de “desumanas” e diz que nem a ajuda do rei do país, Willem-Alexander, que entrou em contato com as autoridades indonésias, foi suficiente para livrar Ang Kiem Soei da morte. Na França e na Itália, as repercussões foram menores.
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