Argentina critica intenções dos EUA ajudarem no caso Nisman

O governo da Argentina questionou nesta quinta-feira (29) a intenção do senador norte-americano republicano Marco Rubio de envolver a administração dos Estados Unidos na investigação da morte do procurador-geral Alberto Nisman, na semana passada. Em uma carta direcionada ao secretário de Estado dos EUA, John Kerry, Rubio afirmou que “o caso merece maior atenção de Barack Obama” e que está “cada vez mais preocupado com a capacidade do governo argentino levar a investigação de forma justa e imparcial”. A Casa Branca não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Nesta quinta, na Casa Rosada, sede do governo da Argentina em Buenos Aires, o chefe do gabinete presidencial, Jorge Capitanich, afirmou que a carta tem “atitude imperial” e que o país não vai aceitar “a intromissão indevida de outro Estado” na situação. “A Argentina é um país autônomo e soberano. O senador Marco Rubio, com sua visão imperial, desconhece a Carta das Nações Unidas e a intromissão de outro Estado constitui uma ingerência indevida de caráter imperial”, disse ele, que também reafirmou a liberdade do poder judiciário argentino para investigar a morte de Nisma. “Temos apenas a vontade de apoiar uma investigação exaustiva e profunda”, completou.

Nesta quinta, o jornal norte-americano New York Times pediu, em editorial, que a Argentina autorize a formação de uma comissão de juristas internacionais que dediquem a esclarecer o atentado contra a AMIA, que motivou as denúncias do procurador falecido na semana passada.

Já na imprensa argentina, nesta sexta-feira o jornal La Nación publicou uma reportagem onde afirma que o Papa Francisco decidiu não se envolver no assunto enquanto as respostas sobre a misteriosa morte do procurador não comecem a aparecer. “O Papa não tem elementos para dizer outra coisa que não seja o que os bispos disseram. Não tem elementos para julgar”, disse uma fonte do Vaticano ao jornal. “Ele está acompanhando o caso com dor”, completou. Na semana passada, uma comissão da Conferência Episcopal da Argentina publicou um comunicado em que afirma estar “perplexa” com o falecimento de Nisman.


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