O chefe da Secretaria de Inteligência da Argentina, Oscar Parrilli, decidiu nesta segunda-feira (19) quebrar o sigilo de identidade que protege os espiões relacionados nas escutas telefônicas levadas a cabo pelo procurador Alberto Nisman, que apareceu morto em seu apartamento na noite deste domingo (18), em Puerto Madero (Buenos Aires). Nisman levou um tiro na cabeça com uma arma calibre 22. As informações são do site argentino Clarín.
Os espiões, que agora terão o sigilo quebrado, são os mesmo que o governo se recusava a revelar as identidades, antes da morte do procurador.
Para Nisman, um dos espiões que estava no caso tinha acesso privilegiado junto a presidenta Cristina Kirchner e teria sido “chave” no plano para declarar a inocência dos suspeitos iranianos.
Nisman era o principal condutor de uma investigação sobre o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que em 1994 deixou 85 mortos e 300 feridos. Os suspeitos da ação nunca foram identificados.
O procurador acusara Cristina e o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timmerman, de “decidir, negociar e organizar um plano de impunidade, e acobertar os foragidos iranianos acusados pela explosão, com o objetivo de fabricar a inocência do Irã”.
De acordo com Nisman, a manobra de Cristina teve início cerca de dois anos antes da assinatura do Memorando de Entendimento com Teerã, em 2013, e contou com a participação de outros políticos.
Segundo ele, as instruções partiram da própria presidenta e os motivos eram comerciais, como intercâmbio de petróleo e grãos.
Um documento de cerca de 300 páginas foi enviado ao juiz federal Ariel Lijo. O magistrado tinha pedido na última quarta-feira (14) que Cristina e Timmerman fossem interrogados pelo caso, além do embargo de 200 milhões de pesos (cerca de R$ 610 mil) em bens.
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