Em uma carta enviada a membros do Mercosul, José Serra, ministro interino das Relações Exteriores, deixou claro que o Brasil não reconhece a Venezuela como presidente do bloco: “O governo brasileiro entende que se encontra vaga a presidência do Mercosul, uma vez que não houve decisão consensual a respeito de seu exercício no período semestral subsequente”. A informação é do jornal Estado de S. Paulo.
Presidente do bloco até a semana passada, o Uruguai deixou o cargo vago. De acordo com o rodízio, que segue por ordem alfabética dos membros, a Venezuela seria o próximo país a assumir o comando do Mercosul. O Brasil, a Argentina e o Paraguai, no entanto, são contrários, devida à situação política e econômica da Venezuela, que não teria cumprido o prazo para comprovar uma série de requisitos legais.
Em julho, Serra embarcou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o Uruguai, onde se encontraram com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, para pedir mais tempo antes que o país vizinho passasse o posto de presidente do Mercosul à Venezuela.
Na ocasião, o ex-chanceler Celso Amorim se posicionou contra a ideia de proibir a Venezuela de assumir a presidência do bloco: “Suspender a posse seria uma sanção e sou contra sanções, que só provocariam reações mais extremas do Nicolás Maduro. A diplomacia tem que acontecer por meio do diálogo e da persuasão.”
Venezuela inicia referendo que pode revogar mandato de Nicolás Maduro
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a validade do recolhimento de assinaturas, correspondentes a 1% do padrão eleitoral, para convocar um referendo de revogação do mandato do presidente Nicolás Maduro.
“Os 24 estados cumpriram a exigência de 1% da manifestação de vontade” para solicitar o referendo, disse, em entrevista, o presidente do CNE, Tibisay Lucena.
Segundo dados divulgados por Lucena, foram apresentadas mais de 1,9 milhão de assinaturas. Segundo ela, as assinaturas foram verificadas pelo CNE, considerados os dados biométricos de cada eleitor inscrito.
“Foram recebidos 407.622 registros, 399.412 dos quais (98,04%) coincidiram com os da base de dados, 1.326 (0,33%) não coincidiram com a base de dados”, o que significa que “a identificação biométrica não coincide com a pessoa que assinou o documento”, disse Lucena.
Os promotores do referendo – a oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) – precisavam de pouco menos de 200 mil assinaturas para entrar na próxima fase, que deve reunir a vontade de 20% dos eleitores para iniciar o referendo.
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