Pelo menos 3,5 mil crianças estão presas dentro do campo de refugiados palestino de Yarmouk, na periferia de Damasco (Síria), correndo o risco de serem assassinadas ou feridas pelas forças do presidente Bashar al Assad ou por grupos jihadistas.
O alarme foi feito pela ONG Save The Children, que também denunciou a morte ou sequestro de dezenas de médicos voluntários e operadores humanitários nos últimos dias. “Em Yarmouk, estamos assistindo a uma farsa. Os palestinos da Síria lutaram para se manter em uma posição de equilíbrio e ficar fora do conflito, e agora por isso estão sob assédio”, disse o diretor da entidade para o Oriente Médio, Roger Hearn.
Segundo ele, o campo era um lugar vivaz, “dominado pela esperança”, mas agora abriga apenas o terror. “A verdadeira tragédia é que os palestinos que estão na Síria não têm para onde escapar. É terrível o contínuo fracasso da comunidade internacional em relação aos palestinos”, acrescentou.
A ONG diz que as crianças presas em Yarmouk precisam de comida, medicamentos e proteção e que suas necessidades crescem “desesperadamente”. Já o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) comparou a situação do campo com o massacre de Srebrenica, ocorrido na Bósnia-Herzegóvina em julho de 1995.
Na ocasião, mais de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram assassinados pelas forças sérvias sob o olhar impotente da comunidade internacional. Nos últimos dias, o Estado Islâmico (EI) assumiu o controle de Yarmouk, que abriga milhares de palestinos e pode ser uma forma do grupo jihadista chegar ao centro de Damasco.
Por conta disso, o regime de Assad começou a bombardear o campo constantemente.
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