O candidato kirchnerista à eleição presidencial na Argentina, Daniel Scioli, venceu neste domingo (9) as prévias nacionais para definir quem pode suceder a presidenta do país, Cristina Kirchner, que, em dezembro, conclui seu segundo e último mandato. Scioli foi o mais votado entre outros 15 candidatos, mas não obteve votos suficientes para assegurar uma vitória em primeiro turno no próximo dia 25 de outubro.
Se os números se mantiverem, o candidato da situação teria que enfrentar o segundo colocado, o empresário Maurício Macri – favorito da oposição – no segundo turno, dia 22 de novembro. Com 72,76% dos votos apurados, Scioli – postulante único da Frente para a Vitória (FPV) – obteve 37,34% dos votos. Ele precisaria de 45% para ganhar no primeiro turno – ou 40% e uma diferença de dez pontos porcentuais em relação ao segundo colocado.
Já a coalizão de Macri, a Cambiemos, obteve 30,99% dos votos. Em terceiro lugar, com 20,83%, ficou a Una – grupo político de Sérgio Massa, que era kirchnerista e acabou passando para a oposição. “Esses resultados podem mudar até as eleições, daqui a dois meses e meio”, disse o analista político Rosendo Fraga. ¨Mas por serem nacionais, simultâneas e obrigatórias, as prévias na Argentina são um retrato da realidade porque todos os eleitores tiveram que ir às urnas escolher um candidato”.
Antes mesmo de saber os resultados finais, os três mais votados comemoraram a vitória. Scioli – ex-piloto de lancha e atual governador da província de Buenos Aires (a maior e mais rica da Argentina) – comemorou o fato de ter sido o mais votado e agradeceu o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) e sua viúva e sucessora Cristina Kirchner.
Prefeito da cidade de Buenos Aires, um forte reduto da oposição, Macri comemorou o fato de que teria votos suficientes para disputar um segundo turno com Scioli. Nesse caso, a eleição seria polarizada entre os que estão a favor e contra o atual governo. A presidência da Argentina é ocupada pelo casal Kirchner.
Sergio Massa – que tentou fazer uma aliança com Macri e não conseguiu – comemorou o fato de que será o fiel da balança. Se houver segundo turno, os votos dele serão fundamentais para Scioli e Macri.
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