O secretário norte-americano de Estado, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, reuniram-se na noite de ontem (9), às vésperas do início da 7ª Cúpula das Américas, no Panamá. O encontro entrou para a história como o de mais alto nível entre os dois países em meio século. A última reunião entre os chefes de diplomacia de Cuba e Estados Unidos remontava a setembro de 1958.
Em seu Twitter, o Departamento de Estado de Washington publicou uma foto de Kerry apertando a mão de Rodríguez. Segundo um comunicado, a reunião foi “longa e muito construtiva”. O encontro só foi possível graças ao anúncio, feito em dezembro de 2014, do restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Cuba. O presidente norte-americano, Barack Obama, e o cubano, Raúl Castro, já estão no Panamá para participar da cúpula. Há uma grande expectativa para algum tipo de interação entre eles durante o evento. Em uma visita recente à Jamaica, Obama disse que recebeu de Kerry uma recomendação para retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, mas destacou que ainda não se decidiu sobre o tema. Se Obama aceitar a mudança, como é previsto, o Congresso, que tem maioria opositora, tem 45 dias para aprovar a medida. Para o governo de Raúl Castro, integrar a lista impossibilita a realização de diversas operações bancárias, assim como outros negócios nos Estados Unidos que seriam necessários para a reabertura de embaixadas. Esta é a primeira vez que Cuba participa da Cúpula das Américas desde 1962.
O evento reunirá pelos próximos dias 35 líderes do continente, entre eles a brasileira Dilma Rousseff e o venezuelano Nicolás Maduro. Dilma deverá aproveitar o encontro no Panamá para discutir com Obama sua possível viagem oficial ao Estados Unidos, que foi adiada devido ao escândalo de espionagem do governo norte-americano.
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