O conselheiro executivo do Banco Central alemão, Andreas Dombret, afirmou que administrar o fluxo de imigrantes que chega à Europa é “um desafio enorme”, mas que a integração de estrangeiros pode ser uma “oportunidade” à economia alemã, já que a população do país está envelhecendo.
Em entrevista à Ansa, Dombret disse que a imigração pode ser vista como uma chance para a Alemanha garantir o nível de mão de obra e produção nos próximos anos. “Precisamos de mais trabalhadores para manter nossas riqueza e prosperidade”, disse o especialista.
Deputados alemães viajam espremidos em barco de refugiados
No entanto, ele admitiu que, para isto acontecer, é preciso “ultrapassar barreiras culturais e de linguagem”. “Integrar aqueles cuja estadia foi permitida na sociedade e no mercado de trabalho será um desafio ainda maior”, comentou. “Os refugiados são a expressão mais dramática do sofrimento humano. Oferecer uma ajuda a pessoas cujas vidas estão em perigo tem que ser a coisa mais natural que qualquer país civilizado pode fazer”, defendeu o executivo.
Diante da maior crise imigratória desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o governo da Alemanha decidiu conceder asilo a todos os refugiados que o solicitarem. Desta forma, Berlim aguarda a chegada de 800 mil pessoas somente até dezembro, em uma medida emergencial e unilateral que tenta aliviar o fluxo de pessoas que usa rotas no Mediterrâneo e nos bálcãs para chegar à Europa.
Tentando implatar uma solução conjunta, a Comissão Europeia também propôs a redistribuição de 120 mil imigrantes dentro dos 28 países do bloco e um plano fixo de cotas de refugiados, o que desafogaria as nações consideradas porta de entrada para a União Europeia (UE), como Itália, Grécia e Hungria.
Devido ao Acordo de Dublin, os imigrantes só podem solicitar refúgio nos países onde desembarcam, o que faz algumas nações sofrerem com superlotação. No entanto, Estados como Hungria, República Tcheca, Eslováquia e Romênia se opuseram às propostas.
A maior parte dos refugiados que chega à Europa são do norte-africano e do Oriente Médio, especialmente da Síria, que sofre com uma guerra civil em curso desde 2011 e com os avanços dos jihadistas dos Estado Islâmico (EI, ex-Isis).
Em setembro, a foto do menino sírio Aylan, de três anos de idade, morto em uma praia da Turquia, circulou pelos jornais internacionais e pelas redes sociais, tornando-se símbolo da crise e comovendo o mundo.
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