As cinzas do vulcão Calbuco, que entrou em erupção na quarta-feira (22), em Los Ríos, no Chile, já chegaram ao céu da capital do país, Santiago, nesta sexta-feira (24), mas ainda são imperceptíveis, segundo informou o Servicio Nacional de Geología y Minería do Chile (Sernageomin). A nuvem de cinzas do vulcão, que fica a cerca de 800 quilômetros da cidade, chegou por volta das 4h da manhã desta sexta nas primeiras áreas da região metropolitana. Autoridades chilenas já alertam para a chegada de cinzas também a Buenos Aires, na Argentina, e a cidades uruguaias, entre elas a capital Montevidéu.
Nesta sexta, o jornal argentino La Nación informou que é esperada, para as próximas horas, uma nuvem com cinzas do Calbuco à capital do País, nas margens do Rio da Prata, mas que a previsão é que isso não afete a operação de voos comerciais nos aeroportos da cidade. Desde quarta-feira, companhias aéreas estão cancelando voos para a região da Patagônia, onde está localizado o vulcão.
No Uruguai, a agência meteorológica nacional Metsul afirmou nesta sexta-feira que “é muito provável que o país seja afetado pelas cinzas do vulcão a partir de sábado (25)”. Em Montevidéu voos também foram cancelados, alguns que fariam apenas conexões na capital uruguaia e outros que pousariam na cidade como destino final. O Brasil, enfim, pode ser afetado no final de semana em cidades do sul, como Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Nesta sexta-feira, uma capa de 40 centímetros de cinzas cobriu a cidade chilena de Ensenada, a mais próxima do vulcão. O governo chileno já evacuou 4,4 mil pessoas da região e suspendeu – em parceria com a Argentina – atividades turísticas em Bariloche, San Martín de los Andes, La Angostura e Neuquén. Estradas, escolas e hospitais também foram fechados.
A última erupção do Calbuco foi a 54 anos, quando, em 1961, ele expeliu gigantes larvas de fogo nas cidades próximas. Desta vez, as afetadas foram Puerto Montt, Puerto Varas e localidades próximas, 1.300 km ao sul de Santiago. A área afetada recebe muitos turistas que viajam em busca das paisagens dos lagos, rios e da quantidade de vulcões da região.
Paralelamente ao Calbuco, o vulcão Villarrica, na cordilheira dos Andes, está em atividade desde março. Cerca de três mil pessoas foram retiradas do local pelo governo chileno.
Em 2011, o vulcão Puyehue, no sul do Chile, fechou boa parte do espaço aéreo da América do Sul ao expelir cinzas no céu do continente durante algumas semanas. À época, a atividade colocou em estado de alerta várias cidades da Patagônia, no sul da Argentina, como em Bariloche, San Martin de los Andes, Junin de los Andes, Piedra del Aguila, El Bolson, Villa La Angostura e Traful, importantes cidades turísticas da região próxima da fronteira com o Chile. O Uruguai, a Bolívia, o Paraguai e o sul do Brasil também foram afetados na ocasião.
Desaparecido
O jovem Waldo Flores, de 21 anos, segue desaparecido desde quarta-feira, quando o Calbuco iniciou suas atividades subitamente. Nesta sexta, a imprensa chilena repercute a informação de que ele era alpinista e que estava próximo ao vulcão no momento em que ele entrou em erupção, de modo que ele não pode correr para se salvar. Segundo familiares, ele estava acampado a apenas alguns metros da boca do vulcão com outros dois amigos, que conseguiram se afastar. “Os amigos disseram que abandonaram as mochilas e saíram correndo quando viram que o vulcão ia expelir lavas. Em um momento, os três se perderam, precisamente quando Waldo sentou caimbras”, disse o irmão dele, Joel Flores, ao diário chileno La Tercera.
Cinzas do vulcão caem na cidade de Pucón, no Chile, na quinta-feira pela manhã. Veja vídeos:
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