Cientistas anunciam criação de embriões humanos imunes ao HIV

Pesquisadores mostraram preocupação com a prática ética de tais experiências. Foto: Ingimage
Pesquisadores mostraram preocupação com a prática ética de tais experiências. Foto: Ingimage

Uma equipe de cientistas da Universidade de Medicina de Cantão, no Sul da China, anunciou a criação de embriões humanos resistentes ao vírus HIV, por meio de modificação genética. O trabalho foi publicado no último número do Journal on Assisted Reproduction and Genetics e detalha que todos os embriões foram destruídos no espaço de três dias.

Segundo o coordenador da equipe, Fan Yong, os testes feitos em 26 embriões “defeituosos e inaptos a tratamentos de fertilidade” permitiram criar quatro embriões imunes ao HIV, enquanto os restantes mostraram mutações “não planejadas”, informou o jornal nesta quarta-feira (13). Em abril de 2015, um outro grupo de médicos chineses da Universidade de Sun Yat-Sen, também no Sul da China, já havia causado controvérsias com experiências sobre a modificação genética de embriões.

Os testes feitos a partir de 86 embriões, inaptos a tratamentos de fertilidade, tinham como objetivo modificar o gene responsável pela condição do sangue caracterizado pela hemoglobina anormal nos glóbulos vermelhos. Sobre os 71 embriões que sobreviveram, 54 foram modificados geneticamente, mas o grupo concluiu que o método apresentava sérios obstáculos para ser considerado como uso médico. Pesquisadores mostraram preocupação com a prática ética de tais experiências, que foi notificada por meio de um documento publicado na revista científica Nature em março do ano passado.

“No nosso ponto de vista, a modificação genética de embriões usando novas tecnologias poderia ter efeitos imprevisível sobre gerações futuras”, escreveram, expressando ainda preocupação quanto ao limite de tais experiências. Outros cientistas acham que isso pode representar um passo importante para erradicar doenças genéticas pré-existentes.


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