Contra fim de direitos trabalhistas, franceses ocupam refinarias de petróleo e ameaçam Eurocopa

Todas as refinarias francesa estão bloqueadas nesta quarta-feira (25). Foto: Reprodução/ Twitter/@LesEchos
Todas as refinarias francesa estão bloqueadas nesta quarta-feira (25). Foto: Reprodução/ Twitter/@LesEchos

As oito refinarias que contabiliza a França estão sendo bloqueadas por movimentos de greves contra a lei trabalhista do governo socialista do presidente François Hollande. Ná última segunda-feira (23), o primeiro ministro, Manuel Valls, chamou à população para não recorrer aos postos de gasolina, já sem combustível.

Os protestos contra as refinarias começaram no último dia 20 de maio e se estenderam por todo o país. O secretário do Estado para os transportes, Alain Vidalies, anunciou, nesta quarta-feira (25), que o governo começou a extrair a gasolina de reservas estratégicas de produção petroleira. “Já temos usado o equivalente de três dias de estoque sobre os 115 dias disponíveis”, disse.

Hoje, as mídias francesas anunciaram que 4.000 postos estavam sem estoque de abastecimento, parcial ou total, ou 20% dos postos franceses. Os sindicatos chamaram o movimento de greves também para as centrais nucleares, e cortes de eletricidade já estão previstos. 

O clima de fortes tensões preocupa porque acontece deste que o governo apresentou uma proposta de lei, em março passado, que aprova a flexibilização das leis trabalhistas, incluindo a facilitação de demissão de funcionários por parte das empresas. 

A paralisação das refinarias e das centrais nucleares acontecem a apenas 15 dias do inicio da Eurocopa, organizado pela França este ano.

Em entrevista à rádio nacional France Inter, o secretário-geral do sindicato de trabalhadores CGT, Philippe Martinez, disse que “os sindicatos estão dispostos a negociar com o governo, mas, até eles aceitarem, o movimento será estendido”.

De acordo com Martinez, “mais de 70% da população é desfavorável à lei e o governo deveria rever suas posições”. Segundo ele, “o maior problema da lei é que cada empresa conseguirá ter sua regra próprio sobre o trabalho”. A lei prevê também o aumento da jornada. Valls respondeu que “não haverá nenhuma modificação do texto” e que a “CGT não pode fazer a lei neste país”.



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