O jornal alemão Bild publicou reportagem nesta sexta-feira (27) em que afirma que o copiloto do avião da Germanwings que caiu nos alpes franceses na terça-feira (24), Andreas Lubitz, de 28 anos, sofreu com um “grave episódio de depressão” em 2009 e que, inclusive, chegou a ser rebaixado em alguns cursos de aviação oferecidos pela Lufthansa, companhia aérea que operava a Germanwings. Ainda de acordo com a publicação, o acidente já pode ser considerado “o pior da história da aviação alemã”.
O jornal também afirma que Lubitz precisou passar por um tratamento psiquiátrico por um ano e meio e que ele estaria vivendo em “uma pesada crise no relacionamento com sua namorada que o atingiu profundamente”. A reportagem se baseou em dados disponibilizados pela Lufthansa.
O Bild ainda informou que a agência responsável pelos voos na Alemanha já sabia que Lubitz “precisava de particulares controles médicos que deviam ser efetuados com regularidade”, pois em sua licença de voo havia a sigla “SIC”, específica para esse tipo de transtorno.
Já o jornal Spiegel destacou que as buscas realizadas pelos procuradores de Düsseldorf, nas duas residências do copiloto alemão, resultaram na apreensão de indícios da doença psíquica de Lubitz. A mídia alemã ainda ressaltou que o copiloto havia sido julgado, há seis anos, por “indiscrições não idôneas em um voo”, durante o treinamento na escola de aviação da Lufthansa em Phoenix, nos Estados Unidos. Eles usam como fontes alguns membros da companhia aérea alemã.
A afirmação da Procuradoria de Marselha de que Lubitz derrubou, de maneira “deliberada” o avião, ganhou mais um dado importante. O site Flighradar24, que monitora todo o cenário da aviação mundial, afirma que o transponder da aeronave foi reprogramado para perder altitude: de 38 mil pés para 100 pés, o mínimo possível.
“Entre as 9:30’52” e as 9:30’55”, o piloto automático foi modificado manualmente dos 38 mil pés para os 100 pés. Nove segundo depois, o avião começou a descer, provavelmente com o botão de descida aberto”, publicou o portal.
Buscas pelas vítimas
Apesar do forte vento que atinge as montanhas da região de Trois-Evechès, foram reiniciadas nesta sexta-feira as buscas pelos restos mortais das vítimas do acidente. Diversos helicópteros circularam pelo local e, quando encontram corpos, os tripulantes descem e removem para as dezenas de ambulâncias alocadas no resgate. Segundo especialistas, as buscas podem durar de semanas a meses. A queda do voo que ia de Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf, na Alemanha, provocou a morte de 150 pessoas.
Com Ansa
Deixe um comentário