Chegou nesta segunda-feira (17) ao porto de Catânia, na Itália, o navio norueguês que ajudou no resgate de 312 imigrantes ilegais e recuperou 49 corpos que estavam no porão de uma embarcação encontrada no Canal da Sicília no último sábado (15). Outras 104 pessoas que foram resgatadas com vida no mesmo dia estão a caminho em um navio alemão.
As vítimas da última tragédia ocorrida no local – todos homens – estavam no porão do barco de 14 metros porque tinham pagado aos traficantes um preço menor em relação aos outros que viajavam. Segundo o capitão Massimo Tozzi, que liderou a ação, o resgate estava seguindo como de costume quando as pessoas contaram sobre os corpos.
“Uma cena terrível. Dezenas de corpos sem vida, amassados um sobre o outro no porão, enquanto as mulheres se desesperavam pelos seus amados mortos”, disse Tozzi. A provável causa da morte dos homens é asfixia pela inalação de combustível, dado que os corpos examinados não apresentavam nenhum sinal de feridas. É provável que o pouco ar que havia no local ficou contaminado pelos motores da embarcação.
O capitão ainda contou que quando chegaram ao barco não havia nenhum sinal dos traficantes que fizeram o trajeto e que todas as pessoas que estavam em alto-mar eram imigrantes.
As tragédias no Mar Mediterrâneo são frequentes por causa das péssimas condições em que as pessoas fazem a travessia. Os barcos que chegam à Itália – que trouxeram mais de 103 mil pessoas só neste ano – partem da Líbia e levam a bordo centenas de pessoas que fogem dos conflitos armados do país e da Síria, Eritreia, Nigéria e Somália.
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