Os preparativos para a recepção do papa Francisco, no dia 20 de setembro, mudaram o perfil tradicional da Praça da Revolução, em Havana, onde outro argentino, Ernesto Che Guevara, recebe uma homenagem permanente. Na Praça, situada em uma área de 72 mil metros quadrados, onde o ex-presidente Fidel Castro gostava de expor seus discursos para multidões, o primeiro Papa latino-americano fará sua missa campal inaugural em Cuba.
O monumento a José Martí, que domina o lugar, foi construído na década de 1950. Sua peça principal é uma torre (ou obelisco) de onde é possível ver toda a cidade. Atrás dela, está o Palácio da Revolução, sede do governo cubano. Os perfis de duas figuras cobrem as fachadas de dois edifícios. Uma delas é o rosto do guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, uma das principais figuras da revolução encabeçada por Castro. A outra representa Camilo Cienfuegos, personalidade emblemática desse processo.
Francisco será o terceiro Pontífice a celebrar uma missa neste terreno. João Paulo II, canonizado em abril do ano passado, reuniu mais de um milhão de cubanos no culto que realizou no mesmo local em janeiro de 1998. Com isso, ele iniciou uma nova etapa nas relações do Vaticano com Cuba, que eram muito tensas nas décadas anteriores. Bento XVI fez uma celebração em março de 2012.
Por causa da visita de Jorge Mario Bergoglio, entre os dias 19 e 22 de setembro, os preparativos na Praça da Revolução entraram na etapa final, segundo divulgou para a imprensa local Salvador Prats, diretor-geral da Empresa de Produções Metálicas da capital cubana. Já estão em pé o cenário principal, a sacristia, uma plataforma para o coral e para a orquestra sinfônica e outros espaços – entre eles, um dedicado à imprensa com capacidade para 400 pessoas. Está sendo finalizada uma área para a instalação de 60 caixas de som e três painéis, sendo que dois deles ficarão no Teatro Nacional de Cuba e um na Biblioteca José Marti, ambas instituições situadas dentro do perímetro da praça.
“Estou certa de que será uma visita muito emocionante. Francisco é um Papa nosso, da América Latina e é muito querido em Cuba”, disse a católica Juana Hernández. Hernández, uma médica que vive em um bairro periférico de Havana, estava andando no local da celebração com um grupo de amigos e afirmou que Bergoglio é um líder “verdadeiramente histórico, não só por ser argentino, latino-americano, mas porque também fez com que Cuba e Estados Unidos dialogassem, melhorassem suas relações, algo muito transcendental”.
O sucessor de Bento XVI chegará às 16h (hora local) do dia 19 de setembro. A missa em Havana será no domingo, dia 20. Na tarde deste dia, ele fará uma “visita de cortesia”, segundo os termos protocolares, ao presidente de Cuba, Raúl Castro.
Sua segunda missa no país será no dia 21, em Holguín, e na terça-feira (22) fará uma celebração na Basílica Menor Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, em Santiago de Cuba, cidade onde terminará sua viagem e partirá para Washington, nos Estados Unidos.
*Com Ansa
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