Em um dia repleto de encontros políticos, como com a colega Cristina Kirchner e com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, a presidenta Dilma Rousseff e o norte-americano Barack Obama anunciaram uma visita oficial da brasileira a Washington, capital do país, para o dia 30 de junho, dois anos depois de ter cancelado uma visita prevista por denúncias de espionagem dos Estados Unidos contra ela.
No encontro entre os dois presidentes, Dilma elogiou a posição de Obama na aproximação com Cuba e pediu o fim do embargo econômico à ilha caribenha. “Estamos seguros de que outros passos serão dados, como o fim do embargo’, afirmou.
Mais cedo, durante a reunião da Cumbre de Las Américas, ela – assim como outros líderes sul-americanos – também pediu a Obama, presente no encontro, que retire as sanções à Venezuela. “O aumento das relações hemisférias já permite medidas de isolamento. […] Por isso, rechaçamos as sanções dos Estados Unidos à Venezuela. O atual quadro desse país irmão pede cooperação e aproximação de posições de todas as partes”, disse ela perante os outros 34 chefes de Estado dos continentes americanos.
Discurso
A maior parte do discurso de Dilma durante a reunião foi sobre educação, repetindo alguns argumentos que ela já tinha usado na posse do novo ministro da Educação do Brasil, Renato Janine Ribeiro, na semana passada. Para ela, a educação é “o maior desafio do continente” sul-americano. “A educação é indispensável para romper o ciclo de reprodução da desigualdade, para gerar oportunidades, para democratizar o acesso e a produção do conhecimento, mas acima de tudo para não sermos apenas produtores de commodities, e sim, entrarmos na economia do conhecimento”, afirmou. “A inovação combina dois dois principais desafios que a América Latina enfenta: dar sustentabilidade a esse imenso esforço de retirar da miséria e elevar à classe média milhões de latino-americanos. Precisamos da educação para que isso não volte atrás”, completou.
Ela foi informada pela tarde da pesquisa Datafolha publicada neste sábado (11) pelo jornal Folha de S. Paulo, que a taxa de aprovação do seu governo continua em 13%, a mesma média que havia sido registrada há dois meses. Outros 24% dos brasileiros consideram o trabalho da presidenta “regular” e 60% vê como “ruim ou péssimo” o governo da petista. Ainda de acordo com a pesquisa, 63% dos brasileiros apoiam a abertura de processo de impeachment contra ela. De acordo com reportagem, os entrevistados disseram apoiar a saída da presidenta considerando tudo o que se sabe até agora a respeito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Dilma regressa ao Brasil nesta madrugada. Segundo o Planalto, ela deve pousar em Brasília por volta das duas horas da noite.
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