Em agradecimento, papa diz que a liberdade causa medo

No último compromisso oficial de 2014, o papa Francisco afirmou que a humanidade tem “medo da liberdade”. “Temos medo da liberdade e, paradoxalmente, preferimos mais ou menos conscientemente a escravidão. A liberdade assusta porque nos coloca à frente do tempo e de frente para nossa responsabilidade de vivê-la bem. A escravidão reduz o tempo ao momento e assim nos sentimos mais seguros, o que nos faz viver desconectados com nosso passado e nosso futuro”, afirmou o Pontífice durante a homília.
   
Ele ainda lembrou dos mais pobres, tema recorrente de suas mensagens durante todo o ano, afirmando que eles devem estar “no centro de nossas preocupações e de nossas ações”. Segundo o líder da Igreja Católica, é preciso “defender, servir os pobres e não usá-los”.

   
Referindo-se ao recente escândalo político no governo de Roma, onde um esquema de corrupção mafioso foi descoberto na cidade, Jorge Bergoglio disse que é necessária uma “conversão”.

   
“Quando em uma cidade, os pobres e os mais fracos são curados, socorridos e ajudados a crescer na sociedade, se revela o tesouro da Igreja e o tesouro de uma sociedade. Já quando uma cidade ignora os pobres, os persegue, os criminaliza, os obriga a juntar-se à máfia, essa sociedade ficará pobre até chegar na miséria, perde sua liberdade e prefere a escravidão”, destacou Bergoglio.

   
Ele ainda lembrou que as pessoas esquecem de algo “simples e fundamental”: a morte. “Há um início e um fim, um tempo para nascer e um tempo para morrer. Com esta verdade, algo tão simples e fundamental que é esquecido, a santa mãe Igreja ensina a fechar o ano e os dias com um exame de consciência”, ressaltou. Sem citar o nome do ator Roberto Benigni, que fez uma série televisiva sobre os Dez Mandamentos católicos, Francisco afirmou que “há alguns dias, um grande artista italiano afirmou que era mais fácil para o Senhor tirar os israelenses do Egito do que tirar o Egito do coração dos israelenses”. A celebração do Te Deum é tradicional na Igreja Católica e é um momento para relembrar e agradecer pelo ano que passou.


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