Em fase final de julgamento, capitão italiano chora no tribunal

Francesco Schettino - Foto: Reprodução/tlegraph.co.uk
Francesco Schettino – Foto: Reprodução/tlegraph.co.uk

Conhecido mundialmente como o “capitão covarde” pelo naufrágio do navio de cruzeiros Costa Concordia, o ex-comandante Francesco Schettino chorou nesta quarta-feira (11) ao prestar depoimento na fase final de seu julgamento em Grosseto, na Itália.

“Talvez vocês não entenderam que, naquele dia 13 de janeiro de 2012, uma parte de mim também morreu”, disse Schettino aos juízes, em uma declaração espontânea ao tribunal. “Fui acusado de não ter me sensibilizado pelas vítimas. Mas é minha maneira de exibir meus próprios sentimentos. Escolhi não instrumentalizar a dor”, disse o ex-comandante, que chorou ao relembrar encontros que teve com sobreviventes em sua casa. “Não queria nada disso”, contou. 

O promotor Stefano Pizza pediu ao tribunal uma pena de 26 anos e três meses de prisão para o ex-comandante. Schettino é acusado de homicídio e lesão culposa (14 anos), naufrágio culposo (nove anos), abandono de incapazes (três anos) e omissões e falsas declarações (três meses).Já a defesa do ex-comandante pede sua absolvição. 

Schettino e seus advogados apontam os sofrimentos, humilhações e ofensas que ele sofreu desde a tragédia, antes mesmo de ser condenado ou processado pelo acidente.

“É difícil chamar de ‘vida’ isso que estou vivendo. A mídia distorceu a realidade dos fatos”, afirmou Schettino. 

De acordo com fontes locais, o Tribunal de Grosseto deve proferir a sentença até esta quinta (12). 

O Costa Concordia afundou em 12 de janeiro de 2012 na ilha italiana de Giglio, deixando 32 mortos. O navio se chocou contra rochas ao se aproximar da terra, em uma manobra que é vista como um erro do ex-comandante. 

Navio Costa Concordia - Foto: Reprodução/tlegraph.co.uk
Navio Costa Concordia – Foto: Reprodução/tlegraph.co.uk

 


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