A cidade Síria de Madaya “tem pessoas, mas não tem mais vida”. Esse é o triste panorama da localidade de 40 mil habitantes segundo o chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Sajjad Malik.
“É uma situação desesperadora. Não há mais nada para comer, faz frio e a população está condenada a fazer sopas a base de ervas e folhas”, disse Malik em sua viagem de volta a Damasco.
Segundo ele, serão necessárias “viagens para levar comida por mais de um mês” para aqueles que passam fome. Contudo, se a ajuda não for regular, “isso será apenas um remendo”. Malik participou dos primeiros comboios da ONU que foram autorizados a entrar na cidade, que está sitiada por combatentes do Hezbollah, leais ao regime do presidente Bashar al-Assad. Ao todo, foram 47 caminhões repletos de suprimentos que partiram de Damasco.
Outros comboios estão previstos durante a semana também para outras localidades que estão sob vigilância extrema e isoladas do mundo pelas milícias pró-governo, como Fuaa e Kafraya. Para essas duas, 21 caminhões estão aguardando autorização em Homs para levar ajuda para mais de 20 mil pessoas.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que o governo sírio autorize que clínicas de saúde móveis entrem em Madaya, mas o cenário parece desolador. De acordo com o representante da Acnur, “inúmeras” pessoas morreram de fome e por falta de tratamento médico nas últimas semanas.
Nesta terça-feira (12), cerca de 300 cidadãos de Madaya foram evacuados da cidade após fotos de diversos sírios extremamente desnutridos ganharem espaço nas mídias sociais.
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