O chefe do Estado Maior do Exército francês garantiu neste domingo (22) que o último ataque aéreo da França contra posições do Estado Islâmico na Síria provocou muitos danos, mas alertou que a guerra vai ser longa. “Provocamos muitos danos consideráveis. Isso é o que se vê por meio dos nossos meios de inteligência”, disse o general Pierre de Villiers em entrevista ao semanário francês Journal du Dimanche, citado pela agência France Presse.
Cerca de 60 bombas francesas, lançadas na última semana na cidade de Raqqa, considerada a capital dos jihadistas na Síria, tinham como objetivo campos de treino e centros de comando. Os ataques foram feitos levando em conta o critério muito importante de proteger a população. “Quando se atinge um inocente, cria-se uma insurreição adicional que é contraproducente”, afirmou o general.
Pierre de Villiers explicou que destruir a infraestrutura de um país “não é a melhor maneira de ganhar a confiança da população, algo que é um fator-chave”, e esclareceu que os bombardeios contra poços de petróleo buscam debilitar financeiramente a organização jihadista.
A chegada à região, neste fim de semana, do porta-aviões Charles de Gaulle significará para os franceses “mais-valia operacional”, porque vai triplicar a sua capacidade de tiro, com 38 aviões no total. Villiers advertiu que não haverá vitória militar “a curto prazo” e insistiu que um inimigo não se destrói com bombardeios aéreos, mas sim em terra, com esse tipo de apoio.
“Todos sabem que, no final, o conflito será ganho pela via diplomática e política. Ganhar a guerra será bom, mas não será suficiente. A guerra deve ser travada em conjunto”, acrescentou o general, lembrando que, apesar das diferentes perspectivas internacionais, há um inimigo comum que é o “islamismo radical” da organização.
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