EUA bombardeia Síria em resposta a ataque químico

Foto divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostra base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanosImagem de Divulgação/Dpt° de Defesa dos EUA
Foto divulgada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostra base aérea de al-Shayrat, próximo a Homs, na Síria, que foi alvo de mísseis norte-americanosImagem de Divulgação/Dpt° de Defesa dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou um ataque militar a uma base aérea na Síria nesta quinta-feira (6). Trump afirmou que a ofensiva é uma resposta ao uso de armas químicas pelo governo do presidente Bashar Al Assad nessa terça-feira (4). Segundo o presidente, com o ataque químico, Assad “sufocou a vida de muitos homens, mulheres e crianças indefesas”. “Foi uma morte lenta e brutal para muitos”. Trump disse que o ataque foi feito contra a mesma base aérea de onde o governo de Bashar Al Assad supostamente teria lançado o ataque químico, que matou entre 70 e 80 pessoas.

Pelo menos nove civis, entre eles quatro crianças, morreram hoje (7) e outros sete ficaram feridos no bombardeio americano, informou a agência oficial Sana. As vítimas civis estavam nos povoados de Al Hamrat, Al Shayrat e Al Manzul, situados nos arredores da base área de Shayrat, atacada pelos Estados Unidos. A informação é da agência de notícias EFE.

A agência Sana acrescentou que o ataque também causou uma grande destruição nas casas desses povoados da província de Homs. Em Shayrat caíram dois mísseis Tomahawk que provocaram a morte de cinco civis, entre eles três crianças, enquanto em Al Hamrat morreram outras quatro pessoas, entre eles um menor, pelo impacto de um míssil, segundo a agência.

Na cidade de Al Manzul, que fica a quatro quilômetros da base aérea, sete pessoas ficaram feridas. O Exército sírio confirmou que seis militares morreram no ataque, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos elevou o número de vítimas militares a sete, incluindo um comandante.

Trump disse que é do interesse da segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e deter a proliferação do uso de armas químicas mortais. “Não pode haver nenhuma dúvida de que a Síria utilizou armas químicas banidas, violou suas obrigações perante a Convenção sobre as Armas Químicas e ignorou os pedidos do Conselho de Segurança”, disse Trump.

O presidente também disse que “chama todas as nações civilizadas para se juntar aos Estados Unidos para colocar um fim ao massacre e ao derramamento de sangue na Síria e para colocar um fim ao terrorismo de todos os tipos”.

Relatos da mídia norte-americana dizem que foram mais de 50 mísseis Tomahawk lançados contra a Síria e que os Estados Unidos teriam informado a Rússia sobre a iminência do ataque. Ontem (5), o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu para debater o ataque químico, porém, mais uma vez, a votação de uma resolução foi barrada por oposição da Rússia – o país já barrou, ao lado da China, sete tentativas de aprovar uma resolução condenando o regime de Bashar Al Assad.

Na reunião dessa quarta-feira, a representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, havia dito que, quando a ONU “falha consistentemente em seu dever de agir coletivamente, há momentos na vida dos Estados que nós somos levados a agir por conta própria”, o que já sinalizava para uma possível ação militar dos Estados Unidos.

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Repercussão internacional

Líderes mundiais repercutiram hoje (7) o lançamento de 59 mísseis, pelos Estados Unidos, contra a base militar do governo da Síria nessa quinta-feira (6). A Rússia repudiou fortemente, enquanto a França, a Alemanha e Israel apoiaram o ataque. Segundo o presidente norte-americano, Donald Trump, a ação foi uma resposta ao ataque químico lançado no começo da semana pelo Exército sírio, comandado pelo presidente Bashar Al Assad.

Em comunicado, o presidente russo, Vladmir Putin,  disse que o lançamento dos mísseis agrediu um Estado soberano e isso representa “um golpe nas relações da Rússia com os Estados Unidos”.

O Kremlin reforçou que os Estados Unidos terão consequências negativas porque violaram normas do direito internacional. O país já pediu pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

A França e Alemanha afirmaram, em comunicado conjunto, que o presidente sírio, Bashar Al Assad, tem plena responsabilidade pelos ataques dos Estados Unidos à base militar do governo sírio.

O primeiro-ministro de Israel também apoiou. Benjamin Netanyahu afirmou que o Estado israelense está plenamente de acordo com a decisão de Donald Trump.

Outros países que apoiaram o ataque foram o Japão, a Turquia, o Reino Unido e a Arábia Saudita. A China e o Irã afirmaram que não apoiam a medida norte-americana.


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