O jornal norte-americano New York Times publicou uma reportagem nesta quarta-feira (4) em que afirma que o governo dos Estados Unidos continuou vigiando a presidenta Dilma Rousseff mesmo após as revelações do funcionário da NSA, Edward Snowden, em 2013. À época, ele provou que a Casa Branca coletava informações sobre a chefe de Estado brasileira e sobre outras autoridades do parlamento e do Judiciário. Irritada, Dilma cancelou uma viagem oficial ao país e, em um reunião do G20, ouviu do presidente Barack Obama que as ações seriam encerradas. A vigilância norte-americana foi, em seguida, tema do discurso da presidenta na abertura da 68ª Assembleia Geral da ONU, em setembro daquele ano, em Nova York.
Ainda segundo a reportagem, Obama ordenou pessoalmente que os trabalhos de vigilância sobre alguns líderes mundiais fossem interrompidos logo após a divulgação dos documentos por Snowden. Entre eles, a chanceler alemã Angela Merkel, que vai aos EUA nesta semana para se reunir com o presidente norte-americano. O jornal ainda afirma que o governo do país vai anunciar novas regras para diminuir as chances de que informações sobre cidadãos norte-americanos e estrangeiros sejam coletados por agências de segurança dos Estados Unidos.
Além de Dilma, o New York Times diz que o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, também segue sendo monitorado pelo governo norte-americano, entre outros líderes mundiais. “Obama nunca disse quem, além de Merkel, ele tirou a lista de líderes estrangeiros cujas conversas são monitoradas, mas parece que os programas no México e Brasil continuaram, enquanto várias dezenas de líderes foram removidos”, diz um trecho do texto.
O debate sobre coleta de informações segue em alta nos Estados Unidos, como a forma em que o governo trabalha com as ligações internacionais feitas ao país, que, sem o controle das companhias telefônicas, são organizadas pelo governo, o que facilitaria a vigilância sobre as pessoas. No ano passado, Obama disse que iria tentar estender aos estrangeiros alguns mecanismos de proteção que já valem para cidadãos norte-americanos.
Até a manhã desta quarta-feira, o Itamaraty ainda não havia se manifestado sobre o assunto, assim como o governo mexicano.
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