EUA dizem que Venezuela é ameaça à segurança nacional

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou a Venezuela como uma “ameaça para a segurança nacional norte-americana” em uma ordem executiva assinada nesta segunda-feira (9). Ele também aprovou sanções contra sete funcionários do governo venezuelano que, segundo a Casa Branca, violaram os direitos humanos. Eles estão listados no site da presidência do país.

Na carta, o governo norte-americano diz que a nação sul-americana representa um “risco extraordinário” aos Estados Unidos e ainda convoca os vizinhos sul-americanos a colaborar com o país na repressão aos atos da Venezuela. “Vamos continuar a trabalhar em estreita colaboração com os outros países da região para apoiar uma maior expressão política na Venezuela e para incentivar o governo venezuelano a viver de acordo com seu compromisso compartilhado na Carta da OEA, a Carta Democrática Interamericana e outros instrumentos relevantes relacionados com a democracia e com os direitos humanos”, diz um trecho.

“Estamos profundamente preocupados com os esforços de Caracas para aumentar a intimidação de seus opositores políticos. Os problemas venezuelanos não podem ser resolvidos com a criminalização de dissidentes”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta segunda-feira.

Com as medidas, todos os bens dos sete cidadãos venezuelanos no país serão congelados e sua entrada proibida. Earnest ainda disse que as medidas não são direcionadas à população da Venezuela ou a sua economia, mas sim àqueles envolvidos em perseguições políticas de opositores e corrupção. A Casa Branca ainda pediu a libertação de todos os dissidentes detidos, inclusive dezenas de estudantes. Em comunicado, Earnest acrescentou que o governo de Nicolás Maduro tenta distrair a população de seus erros culpando os Estados Unidos pelos problemas do país. “Esses esforços mostram uma falta de seriedade por parte do governo venezuelano em lidar com a grave situação pela qual passa”.

Tensões diplomáticas entre os países aumentaram nos últimos dias, especialmente na semana passada, quando Caracas ordenou que o número de funcionários na Embaixada do país fosse cortado para apenas 20%, passando de 100 para 70.

Também nesta segunda-feira, o New York Times publicou uma reportagem em que deixa clara a oposição ao atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro. “Ele troveja sobre conspirações e planos de assassinato, diz que dorme com os dois olhos abertos, mas poucos venezuelanos sabem sequer onde ele mora. Não importa os perigos, o presidente Nicolás Maduro diz que ninguém vai assustá-lo ou desviá-lo de levar a missão do ‘eterno comandante Chávez’ a cabo”, diz um trecho do texto.

De acordo com o diário, Maduro está naufragando na condução do país exatamente por sua lealdade exarcebada ao ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013. “A inércia do governo vem de uma crença de que você pode encontrar em Nicolás Maduro ao defender o legado de Chávez, como se nada que Chávez deixou pode ser tocado, nada pode ser mudado ou corrigido, porque isso seria considerado uma traição”, disse Victor Álvarez, um economista e ex-ministro das Indústrias em uma das gestões de Chávez, ao jornal norte-americano. O governo da Venezuela não respondeu as decisões da Casa Branca até o início da tarde.


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