O ex-agente da inteligência argentina, Antonio Stiuso, vai colaborar com as investigações sobre a morte do procurador Alberto Nisman, no último dia 18. A confirmação de que ele irá depor sobre o caso aconteceu nesta quinta-feira (5), pelo seu advogado, Santiago Blanco Bermúdez, um dia depois do seu cliente negar que seria testemunha. Stiuso foi a última pessoa a falar com Nisman, por telefone, na tarde do dia 17 de janeiro, um dia antes de ele aparecer morto com um tiro na cabeça em seu apartamento, em Buenos Aires.
Blanco Bermúdez esteve com a promotora Viviana Fein na tarde desta quinta-feira para acordar a presença de Stiuso nas investigações. Ele disse que seu cliente jamais foi notificado pela justiça e ficou sabendo de que teria que testemunhar no caso pela imprensa. Ainda não se sabe quando ele será intimado.
Antonio Stiuso saiu da Secretaria de Inteligência da Argentina em dezembro do ano passado quando era diretor geral de operações, mas continuou tendo poderes na entidade mesmo depois que a presidente Cristina Kirchner lhe demitiu. Era amigo de Alberto Nisman desde que eles começaram a trabalhar, em conjunto, na investigação do atentado a uma associação israelita em Buenos Aires, nos anos 1990.
Stiuso é apontado pela Casa Rosada como o principal suspeito pela morte de Alberto Nisman, por diversas hipóteses. O governo argentino acredita que o procurador foi usado por Stiuso para plantar pistas falsas sobre o caso e, assim, acusar a presidente Cristina Kirchner, depois de sua saída do cargo que teve por 20 anos. Na semana passada, o jornal espanhol El País publicou um pequeno perfil do ex-agente, onde ele é descrito como uma pessoa poderosa nos bastidores da política do país. “O poder de Stiusso era conhecido e temido a ponto de a Casa Rosada interpretar a denúncia de Nisman como uma vingança por sua destituição. Stiuso tinha fama de ser um osso duro de roer”, diz um trecho da matéria.
Nesta quinta, o jornal argentino La Nacion publicou uma suposta foto de Antonio Stiuso, conhecido como Jaime.
A promotora Viviana Fein espera para este final de semana o resultado do segundo exame feito nas mãos de Nisman para saber se ele tinha pólvora na pele. Segundo ela, um dos secretários da promotoria viajará até a cidade de Salta, no interior do país, para realizar a perícia no material. A prova será conhecida 72 horas depois. Nesta sexta-feira, Fein vai ouvir uma deputada e um companheiro de Nisman na investigação do caso AMIA.
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