Ex-ditador argentino, Videla é condenado a 50 anos de prisão por sequestro de bebês

Foto Reprodução

Ex-ditador da Argentina, Jorge Rafael Videla foi condenado nesta quinta-feira, dia 5, a 50 anos de prisão pelo sequestro de 35 bebês durante o regime militar do país, vigorado entre os anos de 1976 a 1983. Último comandante da ditadura argentina, Reinaldo Bignone foi condenado a 15 anos de prisão. Segundo o Tribunal Federal Oral Número 6, o sequestro de bebês realizado durante o período era uma ação sistemática e organizada pelo governo ditatorial, como informa o Estadão.

Anteriormente, militares de alto escalação se defendiam afirmando que o sequestro de bebês no país era algo feito deliberadamente por oficiais de escala mais baixa, sem planejamento específico. Porém, a sentença prova que havia um esquema de atuação organizada para os crimes, considerado imprescritível no país.

Outras nova pessoas também foram condenadas no processo, entre eles o almirante Antonio Vañek, condeado a 40 anos de prisão. Ex-capitão da Marinha, Jorge “El Tigre” Acosta foi sentenciado a 30 anos de reclusão. “El Tigre” era conhecido por estuprar as prisioneiras políticas que eram torturadas nos porões do país. A nova sentença, porém, pouco muda na situação do ex-capitão, que já havia sido condenado à prisão perpétua.

Médico que trabalhava com Vañek e Acosta na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), Jorge Magnacco foi condenado a 15 anos de prisão por realizar partos clandestinos.

Dos 35 bebês sequestrados e analisados no processo, 26 recuperaram suas identidades. 20 deles prestaram depoimento no tribunal. Organização de defesa dos direitos humanos apontam que cerca de 500 bebês foram sequestrados pela ditadura argentina durante o período de sua vigência. Avó de Guido Carlotto, bebê desaparecido no período, Estela de Carlotto é a atual lídero das Avós da Praça de Maio, organização que já ajudou na localização de 105 crianças desaparecidas no período.

Parte das crianças nasceu em maternidades clandestinas de campos de detenção e tortura de presos políticos. Após o nascimento, as mães eram fuziladas, torturadas ou jogadas ao mar. Outras crianças foram retiradas dos braços dos pais e entregues a famílias que as educariam de forma “cristã” e “antimarxista”, como lembra o periódico brasileiro.


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