Extrema-direita derruba primeiro-ministro da Suécia

Stefan Löfven, primeiro-ministro da Suécia. Foto: Sveriges Riksdag
Stefan Löfven, primeiro-ministro da Suécia. Foto: Sveriges Riksdag

O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven, anunciou nesta quinta-feira (4) sua demissão do cargo, dois meses após o seu partido, o Sveriges Socialdemokratiska Arbetarparti (Partido da Social Democracia da Suécia), de orientação esquerdista, chegar ao poder. Ele também convocou novas eleições gerais no país para o dia 22 de março, em uma antecipação que não acontecia desde 1957, mas continua no comando do país até o pleito.

A decisão aconteceu depois de o parlamento recusar a proposta orçamentária do governo do primeiro-ministro e forçá-lo a sair do cargo, com liderança do partido oposicionista Sverigedemokraterna (Partido Democrata), de extrema-direita. Lofven havia dito que, se as contas do país não passassem no Legislativo, ele renunciaria, o que motivou a atitude da oposição. “Eles são um partido neo-fascista que acreditam que vão ter influência sobre a agenda política sueca”, disse na manhã desta sexta-feira (5) a ministra das Finanças do país, Magdalena Andersson, em uma crítica pesada aos adversários.

“A decisão redesenha o mapa político da Suécia”, afirmou Stefan Lofven durante seu anúncio, em Estocolmo, nesta quinta-feira. “Vamos deixar os eleitores fazerem uma nova escolha sobre o cenário político”, completou.

O Partido Democrata, que apresentou um orçamento paralelo na reunião que votaria as finanças do país, conseguiu os votos de 182 deputados contra 153 para o projeto do governo. O partido tem 49 deputados entre os 349 que compõem o parlamento sueco, sendo assim, o terceiro mais representativo da Suécia. “Nos encarregamos de fazer cair todo o governo com essa proposta de orçamento que permite o aumento da imigração”, disse o presidente do Partido Democrata, Mattias Karlsson. “É razoável ouvir o que nossos 800 mil eleitores pensam antes de tomar alguma decisão”, completou.

O tema da imigração nos países nórdicos é debatido há algum tempo: atualmente, a Suécia é o país da União Europeia com mais pedidos de asilo em relação à sua população, com 1.960 pessoas por cada milhão de habitantes, segundo dados da Eurostat. Em setembro do ano passado, o país garantiu residência permanente a todos os sírios que chegassem ao seu território, sendo o primeiro Estado da União Europeia a tomar tal decisão. No meio do ano, a vizinha Dinamarca seguiu rota contrária ao aprovar – por influência do partido de extrema-direita – a redução de asilos a imigrantes.


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