O teólogo brasileiro Frei Betto afirmou na noite desta quarta-feira (8) que o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, pretende atualizar a principal obra do colega religioso, o livro Fidel e a Religião, resultado de longas sessões de entrevistas feitas pelo próprio Frei Betto que foi lançado em 1985. O documento, que relata as posições de Fidel sobre a concepção de religião no mundo contemporâneo, completa 30 anos em 2015. Na segunda-feira (6), Frei Betto participou de um evento de comemoração da publicação do livro em Havana, com a presença do vice-presidente cubano, Miguel Díaz Canel.
“Encontrei com Fidel hoje à tarde [quarta-feira] em sua casa e, quando cheguei, o vi lendo Fidel e a Religião. Ele me disse que um dia, talvez, podemos atualizá-lo”, disse Betto ao programa Mesa Redonda, de um canal de televisão estatal cubano. O brasileiro também afirmou que ficou impressionando com a disposição de Fidel, que apareceu em público pela última vez na semana passada.
Na segunda-feira, quando foi homenageado, Frei Betto afirmou que já foram impressos 300 mil exemplares de Fidel e a Religião, traduzido em 24 idiomas e distribuído em mais de 20 países. Cinco anos depois do lançamento da obra, em 1990, Fidel Castro promoveu um encontro inédito em Cuba entre igrejas protestantes e católicas que, segundo o portal de notícias cubano Cubadebate, “contribuiu para o início de uma nova etapa nas relações entre a revolução e as instituições religiosas da ilha”.
É a segunda vez que Frei Betto visita Fidel Castro em Cuba. Em janeiro, quando os boatos sobre a morte do líder cresciam em redes sociais e alguns canais de televisão internacionais chegaram a noticiar sua morte, ele visitou o colega em Havana. Na ocasião, Fidel lhe confidenciou que “não confiava nas políticas dos Estados Unidos”, um mês depois do seu irmão e presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciar a reaproximação do país com os EUA.
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