“A França está em guerra”, declara François Hollande

Presidente francês, François Hollande, defendeu formação de  "uma grande e única coalizão" contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que una forças dos EUA e da Rússia - Foto: Ministère de l’intérieur
Presidente francês, François Hollande, defendeu formação de “uma grande e única coalizão” contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que una forças dos EUA e da Rússia – Foto: Ministère de l’intérieur

A aviação francesa bombardeou novamente o principal reduto do grupo extremista Estado Islâmico no norte da Síria, destruindo um centro de comando e um centro de treinamento, segundo anúncio do Estado-Maior das Forças Armadas da França nesta terça-feira (17).  “As Forças Armadas francesas fizeram, pela segunda vez no espaço de 24 horas, um ataque aéreo contra Estado Islâmico em Raqa, na Síria”, informou a instância em um comunicado.

A aviação francesa já tinha feito, na madrugada dessa segunda-feira (16), bombardeios contra a cidade de Raqa, em resposta aos atentados terroristas em Paris na sexta-feira, em que morreram pelo menos 129 pessoas e mais de 400 ficaram feridas.

O ataque foi realizado por “dez aviões caça – Rafale e Mirage 2000 –, a partir dos Emirados Árabes Unidos e da Jordânia”. Eles lançaram 16 bombas, numa missão semelhante à que foi feita na madrugada anterior. “Os dois alvos foram atacados e destruídos simultaneamente”, acrescenta o texto. “Conduzido em coordenação com as forças norte-americanas, o ataque teve como alvo locais identificados durante missões de reconhecimento previamente feitas pela França”, completa.

O presidente francês, François Hollande, anunciou que a resposta seria “implacável” após os atentados de sexta-feira, os mais sangrentos cometidos no país. Os atentados de Paris foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Desde os atentados, os Estados Unidos e a França decidiram aumentar as trocas de reconhecimento sobre potenciais alvos.

A França vai intensificar as operações contra o Estado Islâmico na Síria, graças às informações obtidas e ao deslocamento do porta-aviões Charles de Gaulle, que vai triplicar a capacidade de ataques.

França em guerra

O presidente da França, François Hollande, afirmou na noite desta segunda-feira (16) que a França “está em guerra”. Em pronunciamento para integrantes do Congresso francês, em Versailles, após três dias dos atentados em Paris, Hollande disse que o governo vai reforçar as medidas de segurança, enviando ao Legislativo do país projeto de lei para prolongar o estado de emergência por três meses e mudanças na Constituição para agir contra o terrorismo. 

Durante o inédito pronunciamento para deputados e senadores, o presidente francês pediu aos parlamentares que votem o projeto até a próxima sexta-feira (20). Hollande declarou guerra ao Estado Islâmico. Segundo ele, a primeira ação nesse sentido foram os atos militares na cidade síria de Raqa.

A lei sobre o estado de urgência na França é de 1955 e, segundo François Hollande, é necessário adaptar seu conteúdo por causa da evolução das tecnologias e das ameaças a que o mundo está exposto atualmente. Uma das mudanças é a permissão para invadir residências em casos de ameaça à segurança e também permitir buscas administrativas.

“Essas medidas garantem meios úteis para impedir atos terroristas”, informou Hollande. Ele lembrou que a lei em vigor comporta dois regimes particulares: um que trata da suspensão do funcionamento dos poderes públicos e outro que permite o decreto do estado de sítio, que, segundo ele, não é apropriado.

O projeto prevê que o cidadão com dupla nacionalidade seja proibido de voltar ao território francês caso apresente risco terrorista, a menos que se submeta a um dispositivo de controle para ser localizado. Estrangeiros que apresentem ameaça à ordem pública serão expulsos.

Hollande também anunciou que criará cinco mil vagas suplementares para a polícia e guarda civil em dois anos, chegando a um aumento total no efetivo de 10 mil. “Esse esforço permitirá restaurar o potencial das forças de segurança interior ao nível do que tínhamos em 2007.”

O presidente francês se encontrará nos próximos dias com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, para que os dois países unam forças contra o terrorismo. Ele também falou da relação que os atentados de sexta-feira têm com a crise dos refugiados. “A Europa não pode viver com a ideia de que as crises que a rodeiam não têm efeito sobre ela. A questão dos refugiados está diretamente ligada à guerra na Síria. Os habitantes de regiões do Iraque e da Síria controladas pelo Estado Islâmico são martirizados pelos mesmos que nos atacam hoje”, concluiu.

*Com Agência Brasil


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