O povo berrou, foi as ruas, lutou e, na tarde dessa quarta-feira, 3 de julho, Mohammed Mursi, então presidente do Egito, foi oficialmente deposto de seu cargo através de um Golpe Militar.
Mursi ascendeu ao poder com a mesma velocidade que dele saiu. Foi ele o primeiro presidente eleito democraticamente no país, após os sangrentos confrontos da Primavera Árabe, que acabaram com a renúncia do militar Hosni Mubarak, presidente por quase 30 anos.
O mandato de Mohammed Mursi durou um ano e três dias. No último domingo, dia 30 de junho, exatamente um ano após as eleições que levaram Mursi a presidência, o povo foi as ruas. Sem ter uma estimativa concreta, veículos do mundo inteiro afirmam que os protestos foram abraçados por algo em torno de 15 e 20 milhões de egípcios, o que torna a tarde do dia 30 de junho, a maior manifestação popular da história da humanidade.
Apesar de o povo ter levado Mursi ao poder, o modelo de governança islâmico e conservador do partido criado por ele, o Partido da Liberdade e da Justiça, claramente falhou no Egito. Após o evidente descontentamento do povo, que chegou ao insustentável no último domingo, Mursi recebeu ultimato do Exército para em dois dias conter a insatisfação popular. Como era de esperar, as manifestações não cessaram e, assim, na tarde dessa quarta-feira, os militares cumpriram a promessa que haviam feito e tiraram Mursi da presidência.
O anúncio foi feito oficialmente às 21h de Cairo (16h de Brasília) por Abdul Fatah al-Sisi, chefe do Exército egípcio. Ele também anunciou a suspensão da Constituição atual, que havia sido votada no final do ano passado por uma Assembleia composta, em sua maioria, por conservadores radicais ligados à Irmandade Muçulmana. Enquanto o futuro do país é decidido, Manar al-Beheiry, líder da Suprema Corte Constitucional, deverá assumir a presidência, assim como pedia a oposição.
Deixe um comentário