O governo da Grécia enviou nesta quarta-feira (8) uma carta solicitando seu terceiro programa de ajuda financeira ao dispositivo de resgate de crédito da União Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (Mede), cumprindo, assim, a primeira condição para evitar a saída do país da zona do euro. A proposta deve ser analisada ainda nesta terça-feira pelo Eurogrupo, formado por ministros de Finanças de todos os países do grupo, presidido pelo holandês Jeoren Dijsselbloem. Segundo o carta, que você pode ler em inglês acessando aqui, o programa enviado pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, prevê um empréstimo de 50 bilhões de euros em três anos, exclusivamente para pagar a dívida do país
Nesta quarta, Tsipras discursou em uma sessão do parlamento europeu, pedindo “solidariedade da Europa para que ajudem a reformar a Grécia”. Ele também negou que haja um plano “secreto” para tirar o país da zona do euro, segundo boatos que circularam pelos corredores da política do grupo no início desta semana. A Comissão Europeia e alguns países que exercem certa liderança no bloco, como a França e a Alemanha, são contra a retirada dos gregos da UE.
Também nesta quarta-feira, o representante do Banco Central francês no Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), Christian Noyer, afirmou que domingo, 12 de julho, “é realmente o último dia do prazo” para que a Grécia chegue a um acordo com os credores internacionais. “A economia grega está à beira de uma catástrofe, precisamos absolutamente de um acordo até domingo. É o prazo-limite definitivo. depois disso será tarde demais”, afirmou.
A proposta enviada por Tsipras e por seu ministro das Finanças, Euclidis Tsakalotos, prevê que, com o recebimento do dinheiro, a Grécia comece a reformar seu sistema de pensões imediatamente, assim como uma reforma fiscal. As propostas atendem ao pedido da chanceler alemã, Ângela Merkel, que pediu um plano “mais duro” aos gregos nesta terça-feira (7).
“Este é um momento crucial para a Grécia e para a zona euro. […] No referendo, o povo grego reforçou o mandato para que se encontre uma solução justa. Não foi um mandato para a rutura com a União Europeia. Ela (UE) tem que ser democrática, ou enfrentará dificuldades. As reformas não resolveram o ‘triângulo de corrupção’ que existe na Grécia. […] As propostas gregas incluem reformas credíveis. Pedem que se comecem a discutir um alívio da dívida”, foram algumas das palavras de Tsipras ao parlamento europeu na manhã desta quarta-feira.
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