Hungria recebe três mil imigrantes em período de 24 horas

Mais de três mil imigrantes e refugiados, sendo 700 deles crianças, chegaram à Hungria nas últimas 24 horas, acentuando a crise migratória na região, informaram as autoridades locais nesta quinta-feira (27). O fluxo registrado nas últimas horas supera a quantidade diária de imigrantes que chegaram ao país. Desde janeiro, a Hungria recebeu mais de 140 mil pessoas através da rota balcânica, número que representa o dobro de todo o ano passado.

A decisão de Budapeste de construir um muro de 175 quilômetros na fronteira com a Sérvia para conter a imigração parece não ter intimidado os estrangeiros. Após uma confusão nesta quarta (26) que fez com que a polícia usasse gás lacrimogêneo contra os imigrantes, o governo húngaro decidiu enviar mais 2,1 mil agentes para a fronteira, com cães, cavalos e helicópteros. O partido do premier Viktor Orban também pretende pedir ao parlamento a autorização para enviar o Exército para bloquear o intenso fluxo migratório.

A construção do muro deve ser finalizada ainda neste mês, o que leva as autoridades a acreditarem que mais imigrantes tentarão cruzar a fronteira nos próximos dias. A maioria dos imigrantes que atravessam a Hungria vem de países como Síria, Paquistão e Afeganistão, e tenta chegar a nações desenvolvidas, como Alemanha e Suécia. Eles passam pela Macedônia, que recentemente desistiu de usar a força para conter o fluxo.

Nesta quinta-feira, a ministra do Interior da Áustria, Johanna Mikl-Leitner, pediu ajuda da União Europeia para transferir com segurança os refugiados para os 28 países-membros do bloco. O apelo foi feito em uma coletiva de imprensa convocada após as autoridades austríacas encontrarem 20 corpos em um caminhão que viajava pela estrada A4. Os imigrantes morreram sufocados e o número de vítimas pode subir a 50.

Angela Merkel

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foi alvo de protestos nesta quarta-feira (26) durante uma visita ao centro para refugiados de Heidenau, que fora atacado por neonazistas nos últimos dias. Ao chegar ao local, a líder foi recebida por militantes de extrema-direita com gritos de “traidora” e assobios. Merkel estava acompanhada pelo presidente do país, Joachim Gauck, e definiu os ataques ao centro como algo “vergonhoso”.

A chanceler também ressaltou que a crise migratória na Europa deve ser enfrentada com “união” e que seu governo terá “tolerância zero” com qualquer um que negue dignidade humana aos estrangeiros. O ponto de acolhimento de refugiados fica nos arredores de Dresden, perto da fronteira com a República Tcheca. No último fim de semana, neonazistas tentaram incendiar o local e entraram em confronto com a polícia, ferindo 30 agentes com pedras, rojões e coquetéis molotov. “É vergonhoso e repugnante aquilo que vimos aqui. Não haverá tolerância com aqueles que não estão preparados para ajudar os necessitados”, ressaltou Merkel, prestando solidariedade às 560 pessoas que vivem no centro.

*Com Ansa


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.