O líder de um grupo israelense de extrema direita, Benzi Gopstein, se arriscou ao dizer que defende ataques criminosos em igrejas cristãs de Israel. O pronunciamento de Gopstein vem em meio a uma onda de ações terroristas cometidas por fanáticos religiosos israelenses, a qual resultou em uma forte reação por parte das autoridades locais. As informações são do jornal britânico The Telegraph.
Porta-voz e líder do Lehava, grupo que atraiu atenção por seus ataques à convivência entre árabes e judeus, Gopstein proferiu as palavras durante um painel de discussão de estudantes judeus, quando foi perguntado por um colega palestrante se ele acreditava que queimar igrejas era justificável.
Gopstein tentou se desvencilhar das acusações de incitação ao ódio dizendo que o governo israelense tinha responsabilidade em coibir os ataques, os quais, segundo ele, são apresentados como um ensinamento religioso pelo filósofo judeu Maimonides. “Maimonides estabelecia regras para destruir [adoração aos ídolos] ou não? A adoração aos ídolos tem que ser destruída. É um simples sim.”, disse Gopstein na discussão.
Seu comentário chamou a atenção do palestrante que havia feito a pergunta, o jornalista Benny Rabinovich, que respondeu: “Benzi, eu preciso dizer que estou realmente chocado com o que você está dizendo aqui. Você está dizendo essencialmente que nós devemos sair e queimar igrejas. Você está dizendo uma insanidade aqui.”
Quando outro palestrante,o rabino de Haddash Moshe Klein, disse que a discussão estava sendo filmada e que suas afirmações poderiam levar a sua prisão, Gopstein respondeu: “Essa é a última coisa que me preocupa. Se esta é a verdade, estou preparado para passar 50 anos na cadeia por isso.”
Após o debate ser publicado no site Kikar Shabat, de vertente ultra-ortodoxa, o líder de extrema-direita recuou, mas ainda manteve suas declarações: “Eu salientei várias vezes que não estava incitando as pessoas a tomar atitude operacionais, mas que esta é a abordagem do filósofo Maimonides e isso é responsabilidade do governo, não de indivíduos.”
Os comentários respaldando os incêndios não poderiam ter vindo em um momento mais provocativo. Benzi disse as palavras depois de Moshe Ya’alon , ministro da Defesa de Israel , ordenar a detenção sem julgamento de Mordechai Meyer , de 18 anos, acusado de atividades extremistas, incluindo o inídio de um incêndio que danificou gravemente a Igreja simbólica dos Pães e Peixes , na Galiléia , em junho.
Deixe um comentário